Esta quarta-feira (26) marca a data de um ano para os Jogos Olímpicos de Paris. E esta será uma edição especial por diversos aspectos que passo a listar a partir de agora.
Primeiro porque irá marcar o retorno do público ao maior evento esportivo do mundo, o único que reúne atletas de mais de 200 países, sendo todos eles os melhores em suas modalidades.
Em segundo lugar será a volta dos Jogos para a capital francesa, exatos 100 anos depois da edição que teve fatos marcantes. Foi a primeira vez em que foi usado o lema olímpico "citius, altius, fortius" ou, "mais rápido, mais alto, mais forte", cunhado por um monge francês, Frei Henri Didon. E foi a primeira vez em que as três bandeiras, olímpica, do país anfitrião, e do próximo país a receber os Jogos, foram hasteadas lado a lado na Cerimônia de Encerramento.
Mas há ainda outros fatores. O esporte olímpico, mesmo em mundo em que tudo se tornou comercial, ainda carrega traços de amadorismo e, por isso, nomes como os franceses Mbappé e Griezmann já declararam que desejam atuar pela seleção anfitriã, assim como o emergente número 1 do tênis mundial, Carlos Alcaraz, revelou o desejo de formar dupla com o ídolo e multicampeão Rafael Nadal. E muitos outros exemplos de atletas consagrados que desejam ser olímpicos.
Até mesmo Pelé, o eterno Rei do Futebol e eleito "Atleta do Século" em 1980 e em 1999, sempre quis disputar uma Olimpíada. Na primeira ocasião, foi escolhido por jornalistas das 20 maiores publicações de esportes do mundo a pedido do jornal francês L’Equipe. A repetição da conquista veio em votação realizada pelos Comitês Olímpicos Nacionais de todo o mundo.
Lembro da presença do Rei na Cerimônia de Encerramento dos Jogos de Londres em que ele participou do segmento sobre o Rio de Janeiro, que receberia a bandeira olímpica da capital britânica. Lá, ele lembrou de uma das únicas, senão a única lacuna em sua carreira:
— Naquela época, um jogador profissional não podia disputar as Olimpíadas. Essa é uma das minhas maiores frustrações, não ter uma medalha olímpica.
Mas Paris terá mais. Além do público, dos maiores esportistas do planeta, será mais uma vez uma chance de celebrar o esporte, a paz, e a mistura entre os povos. Ainda na antiguidade, as Olimpíadas significavam um período de trégua num mundo recheado de guerras e conflitos, algo que nosso "mundo civilizado", que caminha cada vez mais para a intolerância parece estar longe de alcançar. Pode parecer utópico, mas este é o verdadeiro sentimento olímpico.
Para nós brasileiros existe a perspectiva de voltarmos a superar nossos últimos desempenhos e nos aproximarmos ou quem sabe até ingressarmos no sonhado top-10 do ranking olímpico.
Nada melhor do que torcer por atletas e modalidades desconhecidos. Mas até lá você se familiarizará com nomes como Beatriz Souza, Guilherme Schmidt, Marcus D'Almeida, Ygor Coelho, Caio Bonfim, Ingrid Oliveira, Luiza Campos, Bárbara Domingos e tantos outros.
Apportez les Jeux de Paris: que venham os Jogos de Paris.