Tomado por chamas na noite desta quarta-feira (14), o prédio da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do governo do Estado, em Porto Alegre, abrigava uma série de departamentos administrativos. A grande maioria dos setores não tinha sua atividade-fim vinculada ao edifício, tendo ali seu braço administrativo, onde era mantido todo tipo de documento.
É o caso de órgãos como Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Secretaria da Administração Penitenciária (Seapen), Instituto-Geral de Perícias (IGP) e Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Também funcionava no local a central telefônica da Polícia Civil.
A destruição do Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI) do Estado, responsável pelo atendimento do 190 e pelo serviço de videomonitoramento, teve impacto imediato e se tornou prioridade da SSP. Equipes trabalhavam até a madrugada para transferir totalmente o serviço para o departamento de informática do 9° Batalhão de Polícia Militar da Capital. O Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic) — que realiza um trabalho semelhante— também ofereceu apoio ao departamento.
Segundo pessoas que trabalhavam no local e acompanhavam a parte interna do edifício se desmanchar nesta noite, mais de 400 funcionários costumavam circular no prédio, que funcionava 24 horas por dia.
É o caso de Alves Pires, funcionário do Departamento de Serviços Gerais (DSG). Ele assistia ao incêndio e lamentava a destruição do local onde trabalhou nos últimos cinco anos. Com as chamas, perdeu documentos e roupas que havia deixado na sala do oitavo andar. O DSG, segundo ele, abrange documentos de diversos serviços — desde nomenclaturas viaturas até contratos de limpeza interna do edifício.
—É lamentável. Perdemos toda nossa papelada. Não estamos preocupados apenas com a estrutura em si, que está indo abaixo, mas para onde vamos ir agora — lamenta.