
A Polícia Federal prendeu, na madrugada desta quarta, o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Ele foi preso ao desembarcar no Aeroporto do Galeão, no Rio, segundo o Estadão, chegando de uma viagem a Londres. Cerveró é um dos principais envolvidos no caso da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Cerveró foi preso pouco depois da 0h30min, após a Justiça Federal decretar a prisão preventiva dele, acusado na Operação Lava-Jato e pelo risco dele continuar atuando de forma criminosa. Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) informou que cumpriu o mandado de prisão preventiva, já que "há indícios de que o ex-diretor continua a praticar crimes e se ocultará da Justiça". O ex-diretor prestaria depoimento ao Ministério Público Federal do Rio nesta quinta.
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O ex-diretor é réu em uma ação penal em Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Cerveró e Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, são acusados de terem recebido R$ 30 milhões em propina de um dos executivos denunciados. Os dois seriam os responsáveis pelos valores arrecadados para o PMDB no esquema de carte e corrupção na Petrobras.
Edson Ribeiro, advogado de Cerveró, disse ter ficado surpreso com a prisão, já que as autoridades sabiam que ele viajaria e onde estaria. Ribeiro vai até Curitiba - para onde Cerveró será levado durante a manhã - nesta quarta-feira. Na madrugada, o ex-diretor vai permanecer em uma sala do aeroporto. O MFP justifica que "a custódia cautelar é necessária, também, para resguardar as ordens pública e econômica, diante da dimensão dos crimes e de sua continuidade até o presente momento, o que tem amparo em circunstâncias e provas concretas do caso".
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O MPF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Cerveró e parentes, "em função de seu envolvimento em novos fatos ilícitos relacionados os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro que foram denunciados recentemente".
O ex-diretor, segundo o MPF, teria tentado transferir R$ 50 mil para a filha logo após o recebimento da denúncia e durante o recesso do Judiciário. Cerveró teria tentado transferir ainda três apartamentos de R$ 7 milhões por R$ 560 mil. Segundo o MPF, os imíveis foram adquiridos com recursos de origem duvidosa.
* Zero Hora, com agências