
O retorno da seleção brasileira masculina de basquete aos Jogos Olímpicos, em Paris 2024, após oito anos, poderia ter sido melhor. Os comandados de Alexandar Petrovic começaram bem diante da França e chegaram a abrir 12 pontos de vantagem, mas levaram a virada. O confronto terminou em 78 a 66 para os anfitriões, no Ginásio Pierre-Mauroy, em Lille, neste sábado (27).
Depois do início irregular, o gigante Victor Wembanyama, de apenas 20 anos e 2m22cm de altura, melhorou, teve enorme vantagem sobre a marcação brasileira e conduziu os franceses ao triunfo com 19 pontos (mesma pontuação de Batum), muitos em impressionantes enterradas, e oito rebotes, garantindo a festa da torcida — vários jovens vestiam a camisa do jogador do San Antonio Spurs com seu nome às costas. Os cestinhas do lado verde e amarelo foram Cristiano Felício e Leo Meindl, ambos com 14.
O Brasil faz o segundo jogo na Olimpíada na terça (30), também no Pierre-Mauroy, diante da campeã mundial Alemanha, que estreou com vitória sobre o Japão por 97 a 77. O ala-pivô Franz Wagner foi o cestinha da partida, com 22 pontos. No duelo, Raulzinho estará à disposição.
A estreia
Com os mesmos jogadores do Pré-Olímpico, o Brasil entrou em quadra com Marcelinho Huertas, Léo Meindl, Georginho, Bruno Caboclo e Lucas Dias. Wembanyama ganhou na bola ao alto, mas logo depois errou o primeiro arremesso. Os quatro primeiros pontos do jogo foram do experiente Huertas, em sua terceira olimpíada. Meindl também estava com a mão certeira, acertando logo duas de três e vantagem de 10 a 4.
Na largada, as seleções exageraram nos erros, até em enterrada. E o Brasil ganhou uma primeira preocupação com a terceira falta de Lucas Dias em pouco tempo de primeiro quarto. Gui Santos ampliou a vantagem nacional para 15 a 7 na terceira bola de três dos comandados de Petrovic. Fechou o quarto com 23 a 15.
O forte jogo coletivo brasileiro, bem nas trocas de passes e também na defesa, permaneceu no começo do segundo quarto. Georginho ampliou a vantagem para 27 a 15 e obrigou o irritado técnico francês a parar o jogo. O pedido de tempo foi vital para os franceses, que voltaram com corrida de 11 a 0, encostando com 27 a 26 e inflamando o ginásio.
Levar a virada no fim do primeiro tempo se tornou um teste para o emocional brasileiro. Apesar de não deixar a França se impor na partida, a seleção cometeu falhou no segundo quarto e, com seus pivôs, Caboclo e Lucas Dias, pendurados em falta, não conseguiu parar Wembanyama. A França largou o terceiro quarto logo abrindo seis de vantagem.
O Brasil precisava repetir nos 10 minutos finais o que os europeus fizeram na segunda parcial, quando reverteram desvantagem de 12 pontos para ir ao descanso na frente. O ataque caiu de produção. As bolas de três seriam a saída. Huertas reduziu o placar para 62 a 56.
A diferença ainda caiu para quatro, e Benite errou arremesso de três. O castigo veio com cinco pontos seguidos da França e novamente placar cômodo, com 59 a 48. Restando menos de cinco minutos, o Brasil não teve forças para reagir.