Os

personagens

da "B"

Pedro Geromel

Um dos maiores ídolos da história contemporânea do Grêmio, Pedro Geromel viveu o céu e o inferno com a camisa tricolor. Remanescente das conquistas da última década, o zagueiro esteve também no elenco rebaixado no ano passado. Ainda assim, aos 36 anos, permaneceu para ajudar o time a ter uma das defesas menos vazadas da Série B. Recuperado das lesões musculares que tanto o atrapalharam, se fez presente em 24 rodadas consecutivas e, ao disputar 60% dos jogos da temporada, ativou a cláusula no contrato que rendeu uma renovação automática até 2023. Por fim, já na reta final do campeonato, conseguiu reeditar a histórica dupla de zaga com Walter Kannemann.

Bitello

Em um ano de muita pressão por resultados, em que os jogadores "cascudos" receberam bem mais oportunidades, diferentes jovens da base oscilaram entre o time de transição e o elenco profissional. Alguns, inclusive, deixaram o clube, vendidos ou emprestados, como Rildo, Ricardinho e Elias. Um deles, no entanto, conseguiu se firmar como titular: Bitello. O jovem volante de 22 anos ganhou espaço ainda com Roger Machado, no Gauchão, e funcionou como o "motorzinho" do meio-campo. Além disso, marcou gols importantes na campanha da Série B.

Biel

Ao longo da temporada, 12 reforços desembarcaram na Arena. Alguns, como o lateral-direito Orejuela e o meia Benítez, sequer encerraram o ano em Porto Alegre. Outros, como Rodrigo Ferreira, Janderson, Guilherme e Elkeson entregaram bem menos do que se imaginava. No entanto, também houve alguns acertos. Diante do cenário encontrado na segunda divisão nacional, o zagueiro Bruno Alves e o lateral-esquerdo Nicolas ajudaram o Grêmio a consolidar o acesso. O melhor desempenho, contudo, veio do jovem Gabriel Teixeira, o Biel. Indicado por Roger, que havia lhe comandado no Fluminense, o ágil meia-atacante funcionou como uma espécie de dublê de Ferreira, a quem havia sido entregue a camisa 10 e a esperança de gols e assistências. Lesionado, encerrou sua participação antes do jogo em Recife. Para ficar com ele, que pertence ao Fluminense, o clube terá de desembolsar R$ 10 milhões até janeiro.

Diego Souza

Uma das peças fundamentais na campanha da Série B, Diego Souza, por pouco, não ficou longe da Arena em 2022. Antes da virada do ano, o camisa 29 apareceu em uma lista de dispensa divulgada pelo clube, ao lado dos laterais Bruno Cortez e Rafinha. Porém, 16 dias depois, diante da dificuldade da diretoria em achar um novo centroavante, voltou a ser procurado. Disposto a ajudar o Tricolor a retornar à elite nacional, o experiente jogador reviu o plano inicial de se aposentar para, mesmo questionado por conta do peso ou da pouca mobilidade, se transformar no goleador gremista pela terceira temporada consecutiva. Com contrato encerrando em 2022, ainda avalia jogar mais um ano na Arena antes de pendurar a chuteira.

Renato Portaluppi

Ironicamente, os três comandantes que passaram pelo vestiário em 2022 haviam sido atletas do Grêmio em tempos passados. Mas, assim como o meia Vagner Mancini e o lateral-esquerdo Roger Machado não podem ter suas carreiras comparadas ao atacante Renato Portaluppi, o mesmo vale para o currículo de ambos como treinadores. Pouco mais de 500 dias depois de ter deixado o cargo, o antigo camisa 7, imortalizado em bronze na esplanada da Arena, foi convocado para calar as vaias vindas da arquibancada e, conforme admitido pelo presidente Romildo Bolzan Júnior, entregar tranquilidade ao ambiente na reta final da Série B.

Tendo em mãos um elenco bem mais frágil do que aquele que havia conduzido de 2016 a 2021, pediu a compreensão da torcida para escalar jogadores que antes eram criticados, como o volante Thiago Santos ou o lateral Diogo Barbosa. Em troca, entregou o que havia prometido logo em seu retorno: um futebol menos vistoso, mas muita transpiração, até alcançar o acesso matemático à Primeira Divisão.