
Deise Moura dos Anjos, 42 anos, presa por suspeita de envenenar quatro pessoas da família, foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira (13) na cela onde estava detida preventivamente, em Guaíba.
Segundo o chefe da Polícia Civil, Fernando Sodré, Deise estava sozinha em uma cela da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, para onde havia sido transferida na semana passada.
— Tudo indica, nas conversas preliminares, vai ter que ser apurado depois por perícia e investigação, que ela se enforcou na cela. Não temos informação de que forma ela veio a se enforcar. Parece que ela usou as roupas que ela tinha. Precisamos olhar os detalhes para apurar toda essa situação — disse Sodré, em entrevista ao Timeline, na Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira.
Veja entrevista na íntegra:
O chefe da Polícia Civil afirmou que a previsão é de que o inquérito fique pronto na semana que vem, no dia 20 de fevereiro. As mortes de Neuza Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Tatiana Denize Silva dos Anjos, que ingeriram bolo envenenado com arsênico no dia 23 de dezembro do ano passado, são investigadas.
Além disso, a perícia confirmou que Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, que morreu dois meses antes, em setembro, também ingeriu o veneno.
Sodré ressaltou que os indícios apurados pela investigação não deixam dúvidas de que Deise foi a responsável pelos crimes:
— Deixa uma sensação de um pouco de irresponsabilidade. Mas, por outro lado, me parece que acaba, indiretamente, meio que confirmando o que a gente já falava. Me parece que ela viu que a casa caiu, como a gente usa na gíria policial. Isso é uma ideia, e vai ter de ser apurado e confirmado pela investigação criminal.
O óbito da suspeita será investigada para confirmar as circunstâncias. Sodré explicou que qualquer morte violenta precisa ser investigada. Neste caso, será analisado se não houve o envolvimento de outras pessoas no ocorrido.
— Suicídio, em si, não é crime. Tem de ser verificadas as condições, porque ela etava sob a guarda do Estado. Se houve alguém que participou, a participação em suicídio é um crime. Alguém que incentivou ou deu um instrumento para ela se matar, entra no crime de participação em suicídio. E, também, confirmar, eventualmente, se realmente enforcamento é a causa mortis. Se alguém mata e pendura ela lá, por exemplo. É uma hipótese pouco provável, mas tem de ser apurada — acrescentou Sodré.
Deise foi presa temporariamente no dia 5 de janeiro. Ficou detida no Presídio Estadual Feminino de Torres, no Litoral Norte, até o dia 6 de fevereiro, quando foi transferida para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana. A mudança teria sido motivada pela preocupação com a segurança da suspeita.