Assistente de produção de Dahmer: Um Canibal Americano, da Netflix, Kim Alsup contou que o ambiente de trabalho da série foi um dos piores para "uma pessoa negra".
"Foi um dos piores sets de série em que já trabalhei como uma mulher negra", disse Alsup ao Los Angeles Times. A profissional também ressaltou que, de negros na equipe, havia apenas ela e outra pessoa, e que era regularmente confundida: "Eu estava sempre sendo chamada pelo nome de outra pessoa, a única outra garota negra que não se parecia em nada comigo, e aprendi os nomes de 300 figurantes de fundo."
Ela revelou, também, que ainda não conseguiu assistir à série. "Eu não quero ter esses tipos de situações de estresse. O trailer em si me lembrou o que aconteceu. É por isso que acabei escrevendo aquele tuíte e não achei que alguém fosse ler", contou Alsup, se referindo a uma publicação na qual fazia as mesmas alegações — ela privou sua conta na sequência.
De acordo com a publicação, a Netflix se recusou a comentar as alegações sobre o ambiente de trabalho no set ou o número de membros negros da equipe.
Familiares revoltados
Recentemente, Dahmer: Um Canibal Americano também foi criticada por familiares das vítimas do serial killer retratado na produção.
Primo de Errol Lindsey, Eric Lindsey desabafou no Twitter afirmando que a produção trouxe à tona traumas da família. "Eu não estou dizendo a ninguém ao que assistir, eu sei que conteúdo sobre crimes reais é grande agora, mas se você está realmente curioso sobre as vítimas, minha família (os Isbell) estão irritados com essa série", afirmou o jovem. "Está nos retraumatizando de novo e de novo, e para quê? De quantos filmes/shows/documentários precisamos?".
O comentário foi feito junto a um vídeo no qual são comparadas uma cena da série com imagens do verdadeiro julgamento, quando Rita Isbell, irmã de Errol, gritou e tentou atacar o criminoso. Em texto publicado pelo Insider, ela desabafou. “Quando vi parte do programa, isso me incomodou, especialmente quando me vi — quando vi meu nome aparecer na tela e essa senhora dizendo literalmente o que eu disse”, escreveu. “Se eu não soubesse, teria pensado que era eu. O cabelo era como o meu, ela estava com as mesmas roupas. É por isso que parecia reviver tudo de novo. Isso trouxe de volta todas as emoções que eu estava sentindo naquela época.”