A formatura só acontece em janeiro, mas Matheus Barcelos, 25 anos, não para. Estudante de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), o jovem participa de grupos de pesquisa, é instrutor de mindfullness, publicou seu trabalho de conclusão de curso antes mesmo da banca, foi aprovado em duas seleções de mestrado e pretende clinicar. Mesmo assim, a conclusão do ciclo lhe traz nervosismo.
— Dá aquele friozinho na barriga, porque o mercado de trabalho é algo em constante transformação. Antigamente, o trabalho era algo mais rígido e certo: vou entrar nesta empresa e permanecer nela 30, 40 anos, até me aposentar. Hoje em dia, é algo mais flexível, mais dinâmico. A gente não precisa ter um único trabalho, pode ter mais de um. Como é que a gente vai dividir esses papéis na nossa vida? Porque também tem consequências.
A virada do ano representa uma transformação para aqueles que estão concluindo uma fase para, em seguida, começar outra. Essa época pode trazer sentimentos mesclados de empolgação e angústia. Ter com quem compartilhar ajuda a amenizar as sensações.
O estudante tem focado as suas atividades acadêmicas na pesquisa em desenvolvimento da carreira, aliada ao bem-estar. Suas experiências em estágios em diferentes áreas o deixam entusiasmado com o futuro, ao mesmo tempo em que o angustiam um pouco, uma vez que o futuro é incerto. O que lhe ajuda é manter um bom planejamento, com foco no que espera fazer nos próximos anos.
— A gente sempre utiliza um gráfico em pizza, com planos de curto, médio e longo prazo. Tento sempre linká-los com as minhas expectativas, para não ter expectativas tão altas nem tão baixas, mas sempre com muita projeção. Eu exerço bastantes papéis, mas eu, com 25 anos e me formando, penso que a gente tem que se experimentar.
Além de planejamento e organização, o jovem indica que quem estiver nessa fase da vida busque muitas informações, para, com isso, ter mais oportunidades e possibilidades de caminhos – foi assim que ele soube das seleções nos mestrados em Administração e Psicologia, nos quais foi aprovado. Outro ponto é o apoio dos familiares.
— O meu parceiro, a minha família, a minha mãe, que sempre me apoia nas minhas decisões, está sempre torcendo por mim. Eu digo “nossa, estou com a minha semana cheia”, e ela fala “ah, tem semanas que são assim” — conta o graduando.