Instalado no Mercado Público de Porto Alegre, o tradicional Gambrinus ostenta o título de restaurante mais antigo em atividade na Capital. Criado em 1889, o local é de origem familiar e oferece um cardápio clássico, com opções de carnes e frutos do mar. Conversamos com Marlene Barden, sócia-proprietária da casa.
O Gambrinus é um restaurante familiar?
Sim! Sempre foi familiar. Podem ir mudando os funcionários, mas é sempre alguém da família na administração. Eu, por exemplo, já tenho 20 anos de casa.
O cardápio é o mesmo desde sempre?
De vez em quando, colocamos algo novo, mas o cardápio é bem tradicional e variado. Temos especialidade em peixes, como o filé e o linguado. Também faz sucesso a tainha recheada com camarão assada no forno, que servimos nas sextas e sábados, ao meio-dia. Somos um restaurante clássico, poucas vezes colocamos algo diferente, e é dessa comida que o pessoal gosta. Temos cerca de 30 opções no cardápio, que é à la carte.
Como é administrar um restaurante familiar?
Estamos sempre acompanhando tudo. Se eu sair, outro fica, e assim vamos revezando. Alguém da família sempre está aqui. Tem que ser assim, é o certo. Essa proximidade também é uma maneira de manter a qualidade. Assim, o cliente fica mais confiante, porque sabe que estamos sempre presentes, observando e controlando tudo. Apesar de ter uma equipe boa, tem que ter o toque pessoal da gente.
Como manter-se referência no segmento depois de tanto tempo em atividade?
Os clientes se fidelizaram. A nossa propaganda é o boca a boca. Também porque a gente se dedica e o pessoal aprecia comida boa e diferenciada. Além disso, há o Mercado Público, com alguns produtos que só se encontra por lá. Isso valoriza o nosso entorno e muitas pessoas acabam aproveitando.
Como você se sente fazendo parte da história de Porto Alegre?
É muito bom e gratificante. Faz a gente ter força para acordar todos os dias e ir trabalhar, sempre buscando melhorar. É especial ver que os clientes voltam. Os que moram longe, por exemplo, vêm passar férias aqui e almoçam com a família no restaurante.
Qual o principal desafio de ter um restaurante hoje em dia?
Olha, tu tens que ter o dom para isso. Tem que gostar de trabalhar com o público, gostar de gastronomia. Mesmo que não trabalhe diretamente na cozinha, é preciso saber o que se está fazendo, não adianta só delegar tarefas, é preciso ter responsabilidades. É trabalhoso, para ser bem sincera. Restaurante exige muito. Às vezes, tem que esquecer um pouco a vida pessoal e se dedicar mais ainda ao trabalho. Mas, com certeza, vale a pena. Ver o sorriso e a felicidade do cliente é incrível.
Qual o segredo do bolinho de bacalhau perfeito?
O bacalhau. E tem que colocar bastante. Não dá para economizar no recheio. Mas não só ele é importante, o segredo de fazer e de saber o ponto certo também conta. Se eu fosse tentar, não saberia. Mas a nossa cozinheira sabe muito bem!
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* Conteúdo produzido por Victoria Campos