A noite desta quinta-feira (20) em Caracas tem atrações de sobra para o Grêmio. Parece loucura, mas não é. Mesmo que esse Aragua, que levou 8 a 0 aqui com força total, anuncie um time de guris para o jogo pela quinta rodada do Grupo H da Copa Sul-Americana. Uma dessas atrações está no gol.
Gabriel Chapecó, 20 anos, reserva nos últimos quatro jogos, parece na dianteira para ser o titular. Está na frente na hierarquia de Tiago Nunes. Mas há Adriel, baiano de 19 anos, que tem no currículo seleção sub-20 e até campanha como titular em Estadual antes de completar 17 anos.
Essa trinca de guris — somando Brenno na equação — me remete a 1993. O Grêmio também vinha de uma crise de luvas naquele ano. Começara o ano com Emerson, mas uma fratura em jogo-treino em Capão da Canoa, em fevereiro, o tirou da temporada. Veio Eduardo Heuser, que falhou no gol do Cruzeiro, na final da Copa do Brasil, e, sem seguida, também sofreu uma séria lesão. Ademir Maria assumiu, mas foi outro a se lesionar.
Foi quando Mazaropi, à época responsável pelos goleiros no Olímpico, avisou que o Grêmio não precisava contratar. A solução estava na base, com Danrlei, um goleiro extravagante no visual e arrojado no gol. Logo depois, Mazaropi também pinçou da base Murilo, discreto no comportamento e técnico sob as traves. Ele estava para ser dispensado, me conta Mazaropi, por telefone, quando foi promovido.
Assim, com dois guris — e o veterano Sílvio como terceiro goleiro no ano seguinte —, o Grêmio ganhou a Copa do Brasil em 1994, a Libertadores em 1995, o Brasileirão em 1996 e a Copa do Brasil em 1997. Uma história que parece recontada agora, com outros personagens. Um deles, conheceremos mais a fundo nesta noite. Se Brenno vive o personagem de Danrlei nessa história revisitada, Chapecó parece ser o candidato a ocupar o papel de Murilo.