10 mil a.c

1492

1549

1875

Século 19

1905

1924

1930

1938

1976

2006

É originária das estepes do Turquestão, na Ásia Central. Seria o primeiro vegetal cultivado pelo homem sem fins de alimento.

O primeiro vestígio de uso da cânabis é encontrado no ano 10 mil antes de Cristo, na China, numa cerâmica com resquícios de cânhamo. Resíduos de uma indústria de tecelagem de fibras de maconha datam de 1.400 antes de Cristo, também na China, na província de Hebei.

 

Ao desembarcar na América, Cristóvão Colombo traz em suas caravelas lonas e cordas feitas a partir do cânhamo.

A planta teria sido introduzida no Brasil a partir de 1549 por escravos negros, que escondem as sementes de cânhamo em buchas de pano, amarradas nas pontas das tangas. É utilizada como lenitivo contra os padecimentos da servidão.

 

Senhores de engenhos toleram que escravos fumem marijuana nas plantações de cana-de-açúcar. O sociólogo Gilberto Freyre descreve: “Não parece simples coincidência que se surpreendam tantas manchas escuras de tabaco ou de maconha entre o verde-claro dos canaviais”.

 

A Coroa Portuguesa remete 16 sacas com sementes para plantio  de maconha ao porto de Santos, em São Paulo. A finalidade seria mais industrial: cordas e tecidos.

 

Na segunda metade do século 19, chegam ao Brasil as notícias sobre os efeitos hedonísticos e alucinatórios. Em parte, são baseadas nas pesquisas de Jacques-Joseph Moreau, da Faculdade de Medicina de Tour, da França. Mas persistia a recomendação de consumir maconha para fins terapêuticos. Em 1888, um formulário médico brasileiro sugere fumar as cigarrilhas Grimault para aliviar a asma, os catarros, a insônia, a roncadura e a flatulência.

 

Continua a propaganda das cigarrilhas Grimault, apesar dos alertas de que fumadores constantes vivem num estado de “marasmo e imbecilidade”. No Brasil, a maconha já tinha inúmeras denominações: liamba, diamba, cangonha, pango, gongo, bengue, birra, dirigio, soruma, cânhamo da Índia, fumo de Angola.

 

Durante a II Conferência Internacional do Ópio, realizada em Genebra (Suíça) pela antiga Liga das Nações, o representante brasileiro, doutor Pedro Pernambuco, alerta sobre os perigos da maconha. Sustenta que a diamba pode ser mais danosa do que o ópio.

 

Na década de 1930, em função da cruzada da equipe do doutor Pernambuco, o governo Getúlio Vargas intensifica a repressão ao uso da maconha. Em 1933, no Rio, registram-se as primeiras prisões em decorrência da venda clandestina.

 

O governo baixa o Decreto-Lei Nº 891, proibindo o plantio, a cultura, a colheita e a exploração da maconha, em todo o território nacional.

 

Surge outra lei mais dura: a
Nº 6.368 prevê prisão para quem for pego com qualquer quantidade de maconha.

 

A lei em vigor (Nº 11.343), de 2006, prevê punições distintas para usuário e traficante. Ao primeiro, estabelece três tipos de pena: advertência, prestação de serviços à comunidade ou medida educativa. Já aquele que produz ou vende pode ficar de cinco a 15 anos preso, além de pagar multa.

Fontes: A história da maconha no Brasil, de Elisaldo Carlini, do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), e antropólogo Sergio Vidal, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A erva da

DISCÓRDIA