
O município de Rio Grande possui atualmente cerca de 2,6 mil pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). A cidade, que já ocupou o terceiro lugar, registrou queda na incidência do HIV e agora ocupa o 25º lugar no ranking nacional dos 100 municípios com mais de 100 mil habitantes com maiores índices da doença em 2025, segundo o Ministério da Saúde.
Apesar da melhora no indicador, a cidade ainda convive com números elevados de incidência da doença. Mensalmente, cerca de 1.500 pessoas buscam por tratamentos contra a doença nas unidades de saúde. A principal forma de infecção é a não utilização do preservativo.
Homens hétero e adolescentes são a maioria dos casos
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do município, 81% das pessoas vivendo com HIV na cidade são homens heterossexuais, com idades entre 20 e 49 anos. Já os adolescentes, entre 12 e 18 anos, representam 25% dos casos registrados entre 2023 e 2025. Os números de 2025 são parciais e podem mudar até o final do ano.
A coordenadora do Programa IST/HIV/HV do município, Maria da Penha, destaca que a conscientização é fundamental para evitar a doença.
— Um dos principais fatores para a infecção, entre 13 a 29 anos, é a falta de conscientização em relação a prevenção, se expondo ao HIV, de forma desprotegida. Inúmeras questões podem estar relacionadas nesse contexto, questões pessoais, familiares, religiosas, sociais ou culturais, o que acaba representando barreiras para a prevenção e controle do HIV/Aids nessa faixa etária — afirma Maria da Penha.
Para evitar estigmatização, a pasta opta por não divulgar dados sobre as regiões da cidade com maior incidência da infecção.
Acesso facilitado aos serviços de prevenção
Segundo a Secretaria de Saúde, em setembro foram concluídas as capacitações dos profissionais de todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para promover a descentralização da profilaxia pré-exposição, a PrEP, no município.
Com isso, Rio Grande se torna o primeiro município da Região Sul a oferecer a profilaxia em toda a rede básica, ampliando o acesso da população à prevenção contínua.
Conforme Maria da Penha, o modelo implementado no município está sendo utilizado como exemplo para a saúde municipal de Palmas, no Tocantins.
— Nosso objetivo é facilitar o acesso do paciente aos serviços de profilaxias. Desde abril, 41 locais estão oferendo a PrEP. A orientação é para que a população procure as unidades de saúde para ter acesso aos diagnósticos e aos tratamentos — esclarece a coordenadora.
Onde procurar tratamento?
Em Rio Grande, os principais serviços disponíveis são:
- Programa Municipal de IST/HIV/HV;
- Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado na rua Marechal Floriano Peixoto, nº 5;
- Unidades de Saúde da Rede;
- Ambulatório de IST e Serviço de Atenção Especializada em Infectologia (SAE-HU-Furg), rua Visconde de Paranaguá, nº 102.
O tratamento antirretroviral (TARV), destinado a pessoas com a doença, é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser acessado por meio desses serviços. Após prescrição médica, a medicação é retirada na Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM), localizada no SAE-Infectologia do HU-Furg.
Prevenção disponível gratuitamente
A PrEP está disponível em todas as UBSs, no ambulatório de IST/HIV/HV, na rua Marechal Floriano Peixoto, e e no Serviço de Atendimento Especializado em Infectologia do HU-Furg.
A medicação deve ser utilizada antes antes de relações sexuais desprotegidas, um comprimido por dia ou sob demanda, e tem como objetivo evitar o contágio pelo HIV. O remédio é fornecido gratuitamente pelo SUS.
Para ter acesso à PrEP, é necessário ter mais de 15 anos, pesar acima dos 35kg, ser sexualmente ativo e apresentar risco aumentado de infecção, que é avaliado individualmente.
A PEP pode ser encontrada nas seguintes unidades:
A PEP consiste na administração de dois comprimidos que devem ser iniciados até 72 horas após uma relação sexual desprotegida ou outra exposição de risco ao HIV. O tratamento dura 28 dias e é feito com acompanhamento médico.
O tratamento pode ser encontrado na UPA Cassino, UPA Junção e na Unidade 24h do Parque Marinha.
Testagem gratuita e sem agendamento
O teste para detecção do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) está disponível gratuitamente nas unidades de saúde, sem necessidade de agendamento.
A testagem é feita a partir de uma amostra de sangue e é recomendada a cada seis meses, especialmente para pessoas com vida sexual ativa ou maior exposição ao risco.
A recomendação é que, em casos de relação sexual desprotegida, exposição a situações com risco de infecção pelo HIV ou exposição frequente a essas situações, a pessoa procure uma unidade de saúde para receber atendimento e a prescrição adequada.




