
Mesmo sem lista obrigatória de leitura, a redação do Enem que acontece no próximo domingo (9) pode ser melhor enfrentada com o apoio da literatura. Obras que tratam de temas sociais, comportamentais e históricos ajudam a construir repertório e argumentos para a prova — e algumas delas estão entre as mais procuradas na Feira do Livro de Pelotas.
Entre os títulos indicados pela professora de linguagens Yohara Dutra, do projeto Desafio Pré-Popular da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), estão “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, que aborda temas como misoginia, ciúme e hipocrisia social, e “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, sobre infância marginalizada e desigualdade.
Outro destaque é “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, que retrata as dificuldades de moradia e exclusão social nas favelas brasileiras.
— A literatura forma no estudante uma crítica social, ajuda a compreender o mundo e amplia o olhar sobre diferentes contextos — explica Yohara.
O livro “Torto Arado”, de Itamar Vieira Júnior, o mais vendido da feira até agora, também foi lembrado pela professora. A obra aborda trabalho rural e situações análogas à escravidão, temas frequentemente ligados às discussões no exame.
Além dos clássicos, Yohara recomenda que os alunos leiam também autores contemporâneos e obras regionais, que ajudam a ampliar a visão de mundo e aproximam os estudantes da própria realidade.
— A leitura não serve apenas para decorar citações. Ela constrói repertório cultural, empatia e consciência social. Tudo isso aparece quando o estudante escreve — afirma.
A Feira do Livro ocorre na Praça Coronel Pedro Osório até o dia 16 de novembro. Mais de 90 autores estarão presentes entre apresentações e sessões de autógrafos.


