
A Secretaria de Qualidade Ambiental de Pelotas continua investigando o caso da funerária que teve o setor de embalsamamento interditado por descarte irregular de sangue humano e busca se identificar se essa era uma prática recorrente. O caso também é apurado pelo Ministério Público.
A situação foi identificada durante um trabalho de manutenção do Sanep, quando foi encontrado o descarte de um líquido vermelho na rede de esgoto. Segundo a prefeitura, técnicos confirmaram se tratar de sangue humano descartado após o processo de embalsamamento.
De acordo com o secretário de Qualidade Ambiental, Márcio Souza, será feito um monitoramento para identificar se o descarte era uma prática recorrente da funerária ou se foi um caso pontual.
Segundo Souza, a funerária tem até a quinta-feira (6) para responder com os documentos solicitados no auto de interdição. Ele não descarta a possibilidade de a funerária ser interditada por completo.
Ele afirma ainda que todas as funerárias de Pelotas serão fiscalizadas nos próximos dias. Segundo a prefeitura, o município tem 11 funerárias, mas nem todas oferecem o serviço de embalsamamento.
— Como esse não é um serviço licenciado, nós não sabemos exatamente em quantas funerárias possuem esse serviço (de embalsamamento). Mas, independentemente disso, nós vamos fiscalizar todas as unidades que nós conhecemos na cidade para verificar se isso ocorre em outros lugares ou não.
Risco de contaminação
O secretário salientou que não há risco de contaminação na rede de água para consumo humano e que o material da rede de esgoto vai para estação de tratamento.

— O problema é que ele não pode ser jogado da forma como está sendo jogado in natura, porque pode contaminar o lençol freático. Ainda assim, não há nenhum problema para o consumo de água da população, porque a captação de água da população é em um local absolutamente diferente dali, com um tratamento específico — afirma Souza.
Embalsamamento não possui licença ambiental
Questionada sobre a responsabilidade pela concessão de licença ambiental para as funerárias que oferecem o serviço de embalsamamento, a Prefeitura de Pelotas respondeu em nota que "se trata de uma atividade que não é licenciável, mas sim fiscalizável, então, será feita uma fiscalização mais intensificada".
A gestão afirma ainda que a Vigilância Sanitária fiscaliza as condições higiênicas e sanitárias dos locais. "Como a fiscalização é feita regularmente, existem poucos registros desse tipo crime ambiental", justifica.

