
O município do Rio Grande pretende transformar o lixo produzido na cidade em energia e matéria-prima para mobiliário urbano a partir de 2027. A iniciativa, que ainda está em fase de tratativas, busca substituir o atual modelo de descarte, em que todo o lixo orgânico é transportado para o aterro de Candiota, na região da Campanha.
Atualmente, a Prefeitura gasta cerca de R$ 17 milhões por ano com o transporte dos resíduos. A estimativa é de que a adoção da nova tecnologia reduza esse valor em até 25%.
Diariamente, são coletadas cerca de 320 toneladas de lixo no município. Na primeira etapa, a proposta é encaminhar 70 toneladas para o processo de transformação, com expansão gradual em até cinco anos de modo que todo material recolhido seja reaproveitado.
Segundo a Secretaria de Serviços Urbanos, duas empresas já demonstraram interesse em instalar o sistema no município. A expectativa é definir o modelo tecnológico e o tipo de contratação até o fim do primeiro semestre de 2026, etapa que deve anteceder a publicação do edital. A obra de instalação do empreendimento deve levar cerca de oito meses.
— Pode mudar esse calendário, mas, no primeiro momento, é isso: colocar em funcionamento até dezembro de 2027. Nós demos três condições para a realização, primeiro que o projeto respeite a economia dos catadores, segundo, que aumente até 2030 para 25% a coleta seletiva no município e que seja uma tecnologia viável. Por isso a importância de termos cidades exemplo — frisou o secretário municipal Dirceu Lopes.
A iniciativa se inspira no modelo adotado em Garibaldi, na Serra Gaúcha, considerado referência no Estado. Lá, resíduos como restos de alimentos, fraldas usadas e plásticos sujos passam por um processo de secagem e atrito mecânico, que transforma o lixo em material capaz de abastecer caldeiras industriais.


