
A Polícia Civil investiga o descarte irregular de óleo que atingiu a Casa de Bombas Acácia Riograndense, em Rio Grande. Além da busca pelo responsável pelo descarte, a situação passa por um conflito de versões entre a prefeitura e a Corsan.
Enquanto o governo afirma que o óleo chegou ao sistema de bombeamento de água a partir de um bueiro da Corsan, a empresa diz que o caso é uma coincidência.
De acordo com o secretário de Infraestrutura do município, Luiz Francisco Spotorno, o material teria sido despejado em um bueiro do da Corsan localizado entre as ruas Val Porto e Apelles Porto Alegre, no bairro Navegantes. Porém, o sistema de drenagem pluvial do município e o de esgoto da empresa não deveriam ter ligação.
— Esta é a origem. Nós inclusive já solicitamos para a Corsan fazer o bloqueio desta ligação — garante o secretário.
Em nota, a Corsan afirmou que está trabalhando na limpeza de óleo que foi encontrado “no mesmo período em que o material também foi detectado no sistema de drenagem da Prefeitura”.
A assessoria de imprensa da empresa afirmou que o caso é uma coincidência e nega que o óleo encontrado no seu bueiro seja o mesmo da casa de bombas.
A Corsan já realizou a sucção do material e afirma que, a princípio, não há ligação entre os dois casos. Mesmo assim, a concessionária informou que vai investigar a situação e que um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil.
Equipes da Secretaria de Infraestrutura identificaram o óleo após notar que o produto transbordou do bueiro.
— Desde o dia em que o óleo apareceu na casa de bombas, nós estamos buscando entender a origem. Durante essas buscas, as equipes identificaram que este bueiro tinha um vazamento de óleo e confirmamos que o produto veio dali. Fizemos a maior parte da limpeza, mas depois solicitamos a Corsan para fazer a finalização da sucção do material — afirma Spotorno.
Investigação
A situação está sendo investigada pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Rio Grande, sob responsabilidade do delegado Maiquel Fonseca, que afirma que equipes estão nas ruas para tentar entender o crime.
A investigação busca encontrar o responsável pelo despejo irregular do óleo no bueiro. Câmeras de segurança estão sendo analisadas no local e testemunhas ouvidas.
A Prefeitura de Rio Grande afirmou que também acionou o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS). O MPRS afirma que ainda não recebeu a notificação oficial da prefeitura mas que está buscando mais informações com o Executivo.
Funcionamento das bombas
No último fim de semana, as barreiras de contenção instaladas na Casa de Bombas foram retiradas. As estruturas chegaram a operar normalmente após a chuva da madrugada de sábado para domingo (12).
A limpeza foi iniciada no dia 2 de outubro, quando a Prefeitura identificou a presença do óleo na estrutura. Desde então, o produto vinha sendo removido com o uso de equipamentos absorventes, em um trabalho realizado com o apoio da Portos RS e da Refinaria de Petróleo Riograndense.
Enquanto havia resíduo no local, as bombas não podiam ser acionadas, para evitar o risco de contaminação da Lagoa dos Patos. A quantidade total de óleo descartado ainda está sendo contabilizada.
Nota da Corsan
A respeito da solicitação, a Corsan esclarece que foi identificado o lançamento irregular de óleo em um poço de visita (PV) do sistema de esgotamento sanitário da Companhia, no mesmo período em que o material também foi detectado no sistema de drenagem da Prefeitura.
A partir da identificação, foi realizada a limpeza do local e foi feita a destinação correta do material coletado, evitando danos maiores à rede e ao meio ambiente.
A ocorrência policial foi registrada e a Corsan aguarda que as autoridades competentes identifiquem os responsáveis, com apoio de imagens de câmeras de monitoramento da região.
A empresa reforça que o descarte de óleo e outros materiais inadequados comprometem o funcionamento do sistema de esgotamento sanitário, podendo causar obstruções, extravasamentos e impactos ambientais. A Companhia destaca a importância da colaboração da população para evitar esse tipo de prática e denunciar descartes irregulares, que geralmente ocorrem em horários de baixo movimento.


