
Apresentado oficialmente nesta terça-feira (14), o técnico Gilson Maciel iniciou sua segunda passagem pelo Brasil de Pelotas — agora na casamata. O ex-jogador, ídolo da torcida xavante na década de 1990, conheceu o grupo e comandou o último treino antes da partida de quarta-feira (15), diante do Aimoré, às 19h, no Cristo Rei, pela quinta rodada da Copa FGF.
Ao lado do gerente de futebol Hélio Vieira, com quem trabalhou nesta temporada no Bagé, Gilson "Cabeção" foi apresentado oficialmente e não escondeu a emoção ao vestir novamente a camisa rubro-negra.
— Eu sempre tive um desejo e sabia que um dia eu treinaria o Brasil. Porque o Brasil é o clube que me marcou na minha carreira como atleta. Aqui dentro eu me sinto em casa, tive os melhores momentos como atleta. Quando recebi o convite, não pensei duas vezes — afirma.
O gerente de futebol do Brasil destaca que o treinador já estava no radar do clube:
— Buscamos alguém com proximidade com o Brasil, um profissional que já havia sido lembrado ainda no Gauchão e que tem uma identificação muito forte com o clube. Ele aceitou de pronto o convite, e chega acompanhando os jogos, o que facilita o trabalho.
“Quero ganhar, quero ser campeão”
O novo comandante afirma que o foco total é na Copa FGF e que a conquista do título é o principal objetivo, mesmo que o clube já tenha vaga garantida na Série D.
— Eu venho para o momento. O momento é a Copa FGF. Não penso em 2026, penso agora. O que a gente pode fazer, o que a gente tem como objetivo, eu quero ganhar, eu quero ser campeão. Mesmo tendo já atingido o objetivo, que é a vaga de um calendário para o ano que vem, o título valoriza o profissional, valoriza o atleta, coloca o clube na mídia. Um título aqui no Brasil tem uma dimensão muito grande — destaca.
Estilo de jogo
O técnico ressalta que a qualidade dos gramados dos clubes do interior gaúcho muitas vezes não permitem um bom futebol e que, por isso, a principal marca das suas equipes é competir.
— Hoje o futebol pede intensidade e força. É conseguir ter o equilíbrio de uma equipe que toma pouco gol, que marca forte e compete o tempo todo. A Copa, pelo que eu vi, tem campos onde a bola fica muito "viva", então às vezes a qualidade de jogo fica em segundo plano. Se tu não competir, se tu não brigar pela posse da bola, ser o mais objetivo possível, tu não vence — explica.
O treinador reforça que esse seu estilo de jogo vai ao encontro do que o Brasil historicamente apresenta:
— O Brasil é uma equipe que briga o tempo todo pela posse da bola, que é objetiva ao gol, o mais rápido possível. Que se entrega do primeiro minuto ao último minuto do jogo. A minha equipe tem que ser intensa, tem que brigar o tempo todo, buscar ter a posse e ser o mais objetiva possível, achar o equilíbrio de se recompor rápido e atacar com velocidade.
Conhecido por montar equipes sólidas defensivamente, Gilson não confirma a formatação que será utilizada, mas a tendência é que desfaça o esquema com três zagueiros — implantado por Emerson Cris desde a Série D.
— Gosto muito de estar com as linhas bem próximas, de ter um posicionamento de marcação na zona. Não gosto de marcação individual, correndo, porque abre e quebra linha. Quando tiver a posse, aí sim, ter as movimentações e a organização ofensiva. Tudo é treinamento, são mecânicas — detalhou.
Estreia fora de casa
No comando de apenas dois treinos, Gilson teve pouco tempo para colocar as ideias em prática antes da estreia. Apesar disso, o treinador confessa que já vinha observando o Índio Capilé e projeta um duelo físico, com as equipes apostando em bolas longas.
A partir dos trabalhos anteriores, um provável time xavante para o confronto tem: Gabriel; Yuri, Vitor Becker, Felipe Camargo e Otávio; Matheus Obina, Murilo e Thiago Góes; Wesley (Patrikão), Adriano Klein e Silvano.


