
O esvaziamento do calçadão da rua General Bacelar, no centro de Rio Grande, tem gerado preocupação entre comerciantes e moradores da região. Com a queda do movimento nos últimos anos, diversos estabelecimentos encerraram suas atividades, em grande parte devido ao alto custo dos aluguéis e à diminuição no fluxo de consumidores.
— Há tantos comércios fechando, cada vez mais. Eu trabalho aqui há 11 anos e antigamente era bem melhor. O que mata o comércio é a internet, os sites — comenta Vinicius Macedo, auxiliar administrativo de uma loja de rede.
Em decorrência desse cenário, um projeto de revitalização, proposto pelo Gabinete de Programas e Projetos Especiais (GPPE), está em fase de aprovação junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Com orçamento no valor de R$ 3,3 milhões, as obras devem iniciar no primeiro semestre de 2026. O projeto prevê a requalificação completa do espaço, com melhorias em paisagismo, drenagem, pavimentação, esgoto, iluminação e mobiliário urbano, incluindo bancos, floreiras, postes e lixeiras.
De acordo com a prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira (PT), agora, a obra depende da liberação dos órgãos de patrimônio para ter início. A previsão é de que as intervenções durem aproximadamente 12 meses. A Corsan ficará responsável pela renovação da rede de esgoto da via.
A revitalização do calçadão já estava prevista na gestão anterior, do prefeito Fábio Branco (MDB), com início estimado para 2024. Na época, tratativas estavam em andamento com a Corsan, mas entraves burocráticos com o Iphan, somados à troca de administração municipal, acabaram adiando o cronograma.
Mobilização dos lojistas
A requalificação do calçadão é esperada com grande expectativa pelos lojistas e entidades ligadas ao comércio, que esperam a atração de mais investimentos e movimento na região.
Desde 2023, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio Grande e São José do Norte possui um grupo de trabalho para debater sobre a necessidade de intervenção na General Bacelar.
O grupo conta com a participação de comerciantes do calçadão e de ruas adjacentes, para a discussão de temas como segurança, combate ao comércio ilegal e outras melhorias.
Segundo a presidente da CDL, Letícia Vanzelote, a entidade solicitou ao Executivo que as obras iniciem apenas em janeiro do próximo ano, para não interferir no período de maior movimentação do comércio local: a Black Friday e o Natal.
— O comércio rio-grandino vem sofrendo com o baixo movimento e o final do ano é tradicionalmente aquele período em que há aumento de movimento e faturamento. A CDL entende que não é o momento de abrir o calçadão para obras e articulou junto ao município que inicie no verão, após a virada do ano, tendo em vista que é o momento mais propício para o comércio — comenta.
Prédios históricos também devem ser revitalizados

Além da revitalização do calçadão, um importante imóvel da região central também deve ganhar nova função. O prédio histórico dos antigos Correios, fechado há cerca de uma década, poderá abrigar uma escola de educação infantil do sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, o chamado “Sesquinho”.
Desde 2021 sob responsabilidade da prefeitura, o imóvel será doado à Fecomércio, conforme projeto de lei que será encaminhado à Câmara Municipal. Em contrapartida, 40% das vagas da futura escola serão destinadas a crianças da rede pública municipal.
— Essa parceria vai nos permitir recuperar um prédio que, hoje, o município não tem recurso para restaurar e, além disso, ainda utilizá-lo em uma área que para nós é muito importante: a educação — explica a prefeita Darlene Pereira.
Segundo o governo, a recuperação do prédio dos Correios custaria mais de R$ 10 milhões aos cofres públicos. Com a parceria, além da criação da escola, está prevista a implantação de um memorial dos Correios, preservando o valor histórico do imóvel.
O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Rio Grande (Sindilojas), Luiz Escobar, confirmou que o sistema Fecomércio será o responsável por toda a obra, sem custos ao município.
— Esse projeto está sendo tratado de forma conjunta, tanto de interesse do município quanto do Sindilojas e do sistema Fecomércio — afirma Escobar.
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