
À medida que a tecnologia se integra à vida doméstica, os robôs aspiradores vêm ganhando espaço como aliados na limpeza diária. Eles são uma extensão das automações industriais, que antes estavam restritas a grandes fábricas, e agora ganham espaço nas casas por meio de dispositivos inteligentes como lâmpadas conectadas, assistentes virtuais e eletrodomésticos programáveis.
Capazes de varrer, aspirar e até passar pano, esses aparelhos conquistaram muitos adeptos pela praticidade. Mas, diante de tantos modelos, funções e faixas de preço, fica a dúvida: qual escolher? E será que vale mesmo o investimento?
Para responder a essas perguntas, Zero Hora consultou profissionais e sites especializados, e reuniu os principais critérios que devem ser considerados antes de levar um robô aspirador para casa.
Também é possível conferir o review de outros produtos no ZH indica.
Como escolher o melhor robô aspirador

De acordo com Diego Bock, engenheiro e especialista em robótica, o ponto de partida para escolher um robô aspirador é analisar o ambiente onde o equipamento será utilizado.
— Apartamentos pequenos com piso frio exigem menos do que casas grandes com escadas, tapetes e pets — explica.
Por isso, é importante considerar características como a autonomia da bateria, a altura do robô (para que ele consiga entrar embaixo dos móveis), o tipo de navegação e a capacidade do reservatório. O especialista alerta que esses fatores são determinantes para garantir que o modelo escolhido seja realmente compatível com a rotina da casa.
Se o imóvel for amplo ou tiver muitos cômodos, um robô com mapeamento inteligente e boa duração de bateria será mais eficiente, pois consegue planejar melhor o percurso e otimizar a limpeza. Já para espaços compactos e com poucos obstáculos, modelos mais simples podem dar conta do recado.
ZH Indica: guia de compras
Custo-benefício

Na hora da compra, o preço não deve ser o único critério. Segundo Bock, um bom custo-benefício não está necessariamente nos modelos mais caros, mas sim naquele que oferece equilíbrio entre desempenho e praticidade.
— Um robô com potência adequada, sensores eficientes, conectividade com aplicativo e peças acessíveis pode oferecer um excelente retorno. O importante é que o modelo atenda às suas necessidades reais, sem pagar por recursos que talvez você nem vá usar — observa o engenheiro.
Pets em casa?
Para quem tem animais domésticos, alguns cuidados extras devem ser considerados na escolha. Escovas emborrachadas ajudam a evitar o enrosco com pelos, enquanto maior potência de sucção e filtros HEPA (Alta Eficiência na Retenção de Partículas, traduzido do inglês) são importantes para capturar partículas finas, como pelos e poeira.
Além disso, como a sujeira tende a se acumular mais nesses ambientes, é recomendável optar por um modelo com reservatório de maior capacidade.
Função passar pano: útil ou apenas decorativa?
Muitos modelos no mercado também oferecem a função de passar pano, o que pode gerar dúvidas quanto à real eficácia. Bock explica que a utilidade depende diretamente da categoria do robô.
Conforme ele, os mais avançados fazem uma limpeza úmida razoável, especialmente os que vibram ou controlam o fluxo de água. Já nos mais básicos, o pano geralmente só tira o pó fino — não espere que remova manchas do chão.
— Ou seja, trata-se de uma função complementar, voltada para a manutenção do dia a dia, e não para substituição da faxina convencional — elucida.
Tipos de robôs aspiradores

Hoje, os robôs aspiradores podem ser divididos em categorias que variam em preço, recursos e desempenho, e o ideal é escolher conforme o perfil do ambiente e o orçamento disponível.
Os modelos básicos foram os primeiros a ganhar popularidade. Com navegação aleatória e potência de sucção mais baixa, eles são indicados para ambientes pequenos e sem muitos obstáculos. Costumam ter poucos sensores e não contam com funções de mapeamento ou controle por aplicativo, mas são os mais acessíveis financeiramente.
Os intermediários representam uma evolução natural. Mantêm um design simples, mas oferecem melhor potência, navegação por mapeamento básico, controle remoto e programação via aplicativo. São uma boa pedida para quem deseja mais eficiência no dia a dia sem investir alto.
Já os modelos com função de passar pano trazem a limpeza úmida como diferencial. Eles podem ser encontrados em diversas faixas de preço e variam bastante em desempenho. Os mais sofisticados controlam o fluxo de água e até vibram para simular esfregação, enquanto os mais simples apenas umedecem o pano. Servem para manutenção leve, sem substituir a faxina.
Os robôs com mapeamento inteligente são voltados para ambientes maiores ou com muitos cômodos. Utilizam sensores ou laser para criar um mapa da casa, traçar rotas eficientes, evitar áreas já limpas e contornar obstáculos com mais precisão. Muitos também oferecem zonas de exclusão virtuais, recarga automática e compatibilidade com assistentes de voz.
Por fim, os robôs autolimpantes reúnem o que há de mais avançado. Com uma estação de base que coleta a sujeira após cada ciclo, esses modelos reduzem a necessidade de esvaziar manualmente o reservatório com frequência. São ideais para quem busca máxima autonomia, embora sejam os mais caros da categoria.
Potência de sucção importa?

A força de sucção é um dos principais fatores para avaliar a eficácia de um robô aspirador. A potência é medida em pascal (Pa) e varia de 500 a 3 mil Pa, dependendo do modelo.
— A potência está diretamente ligada à capacidade de sugar sujeiras mais pesadas — afirma Bock.
Para pisos lisos, o ideal é escolher modelos com potência entre 1,5 mil e 2 mil Pa. A partir de 2,5 mil Pa, os robôs já conseguem lidar melhor com tapetes, pelos e partículas maiores.
Mas e os limites?
Mesmo com tanta tecnologia embarcada, é importante ter expectativas realistas. Os robôs aspiradores não substituem uma faxina completa.
— Eles funcionam melhor em ambientes organizados e sem muitos obstáculos — alerta Bock.
Esses aparelhos não sobem escadas, têm dificuldade em cantos estreitos e não limpam superfícies verticais. Além disso, podem se atrapalhar com tapetes escuros, fios soltos e objetos espalhados pelo chão.
Manutenção e vida útil

A rotina de uso também exige cuidados. O reservatório deve ser esvaziado com frequência — geralmente a cada uma ou duas limpezas —, e as escovas e filtros precisam ser higienizados periodicamente para garantir o desempenho do aparelho.
Segundo o engenheiro, com manutenção adequada, a vida útil média de um bom robô aspirador gira entre três e cinco anos.
— Baterias e escovas são as partes que mais exigem troca, mas acidentes com líquidos, brinquedos ou escadas também são causas frequentes de danos. Preparar o ambiente antes do uso faz toda a diferença — recomenda.
Assistência técnica
Outro fator que deve ser considerado na hora da compra é a facilidade para encontrar peças de reposição e assistência técnica.
Modelos com representação oficial no Brasil oferecem mais tranquilidade nesse sentido. Já os importados sem suporte local podem até ser atrativos no preço, mas se tornam problemáticos quando precisam de manutenção.
Robô aspirador ou aspirador vertical?
Na hora da escolha entre robô e aspirador vertical, tudo depende da rotina da casa. O aspirador vertical costuma ter potência superior, sendo indicado para limpezas mais pesadas e detalhadas.
O robô aspirador, por outro lado, oferece comodidade e autonomia: pode ser programado para limpar enquanto o morador faz outras atividades.
Para Bock, o ideal é pensar nos dois aparelhos como complementares.
— Para quem mora sozinho ou em espaços pequenos, o robô pode ser suficiente. Mas famílias maiores ou com pets vão tirar mais proveito usando os dois: o robô para a manutenção diária e o vertical para limpezas pontuais — conclui.
Passo a passo para escolher o robô aspirador ideal
- Avalie seu ambiente
- Verifique a potência de sucção
- Escolha a categoria certa
- Pense na manutenção
- Esvazie o reservatório a cada uma ou duas limpezas
- Pesquise sobre assistência técnica
- Defina seu orçamento com base na necessidade
- Considere o uso combinado com aspirador vertical
Perguntas frequentes (FAQ) sobre robôs aspiradores
O que é um robô aspirador e por que ele se tornou popular?

O robô aspirador é um dispositivo automatizado capaz de varrer, aspirar e, em alguns modelos, passar pano no chão de forma autônoma. Ganhou popularidade pela praticidade: pode ser programado para limpar a casa enquanto o morador está fora, economizando tempo e esforço.
Qual é o primeiro passo antes de comprar um robô aspirador?
Avaliar o ambiente onde o aparelho será usado. Apartamentos pequenos com piso frio exigem menos do que casas grandes com escadas, muitos cômodos, tapetes ou animais de estimação.
É importante observar fatores como autonomia da bateria, altura do robô (para caber sob os móveis), tipo de navegação e capacidade do reservatório de sujeira.
Como saber se um modelo é adequado ao tamanho e à planta da casa?
A eficiência depende da combinação entre autonomia, potência e tipo de navegação. Ambientes maiores ou com muitos obstáculos exigem robôs com mapeamento inteligente e boa bateria.
Já imóveis menores e mais abertos podem ser bem atendidos por modelos mais simples.
O robô aspirador substitui a faxina tradicional?
Não. Ele é um aliado para a manutenção diária, mas não substitui limpezas profundas. Ainda será necessário varrer cantos difíceis, limpar móveis, lidar com manchas no chão e higienizar locais que o robô não alcança.
O que define um bom custo-benefício?
Um modelo que ofereça potência adequada, sensores eficientes, conectividade via aplicativo e peças de reposição acessíveis, tudo isso sem cobrar por funções que talvez o usuário nem precise. Mais caro não é sempre melhor.
Quais são os tipos de robô aspirador disponíveis no mercado?
- Básico: para ambientes pequenos, com navegação aleatória e menor potência. Ideal para quem quer economizar
- Intermediário: com mapeamento simples, controle por aplicativo e potência média. Mais eficiente em espaços moderados
- Com função de passar pano: realiza limpeza úmida leve. Os modelos mais caros controlam o fluxo de água e até vibram
- Com mapeamento inteligente: usam sensores ou laser para mapear a casa e limpar com precisão. Ideal para casas grandes
- Autolimpantes (premium): possuem estação de coleta automática de sujeira. São os mais caros e os mais práticos
A função “passar pano” realmente funciona?
Depende do modelo. Os mais sofisticados fazem uma limpeza úmida razoável. Já os modelos básicos apenas passam um pano seco ou levemente umedecido, sendo úteis apenas para tirar o pó fino. Nenhum modelo substitui a limpeza manual pesada.
Quais são os recursos indispensáveis para quem tem pets?
Escovas emborrachadas, que evitam enroscos com pelos; potência de sucção maior, para captar melhor a sujeira; filtros HEPA, que retêm partículas finas; e um reservatório amplo, já que o acúmulo de sujeira é maior em casas com animais.
A potência de sucção é importante?
Sim. A potência influencia diretamente na capacidade do robô de remover sujeiras mais pesadas. Para pisos lisos, recomenda-se pelo menos entre 1,5 mil e 2 mil Pa. Acima de 2,5 mil Pa, o robô já lida melhor com tapetes e pelos.
Tapetes atrapalham?
Sim, principalmente os altos ou com franjas. Alguns modelos robustos conseguem subir tapetes de até dois centímetros de altura e limpar com certa eficiência, mas esse tipo de superfície continua sendo um desafio para a maioria dos robôs.
Quais tipos de piso são mais indicados para o robô aspirador?
Pisos lisos, como cerâmica, porcelanato, laminado e vinílico, são os mais adequados. Superfícies muito irregulares ou com rejuntes fundos podem dificultar a navegação e a sucção. Tapetes curtos funcionam bem com modelos mais potentes.
Muitos móveis e objetos no chão comprometem a eficiência?
Sim. Quanto mais livre estiver o ambiente, melhor será a performance do robô. Móveis baixos, fios soltos, brinquedos ou obstáculos no chão dificultam a navegação. O ideal é preparar o ambiente antes do uso.
O robô aspirador exige manutenção?

Sim. É preciso esvaziar o reservatório com frequência (a cada uma ou duas limpezas, em geral), limpar as escovas e filtros periodicamente e evitar que ele entre em contato com líquidos ou objetos soltos. A manutenção é simples, mas essencial para garantir a vida útil do aparelho.
Qual é a vida útil média de um robô aspirador?
Entre três e cinco anos, dependendo da frequência de uso e dos cuidados com a manutenção. Baterias e escovas são os itens que costumam precisar de reposição com o tempo.
É fácil encontrar assistência técnica e peças no Brasil?
Depende da marca. Modelos com representação oficial no Brasil costumam oferecer melhor suporte técnico e acesso a peças de reposição. Já os modelos importados sem assistência local podem gerar dor de cabeça se apresentarem defeitos.
O que pode danificar o robô aspirador?
Contato com líquidos, quedas em escadas (quando os sensores falham), fios soltos, brinquedos e sujeira acumulada em excesso. Preparar o ambiente antes do uso e fazer a limpeza das peças regularmente ajudam a evitar danos.
Robô aspirador ou aspirador vertical: qual é melhor?
Depende do objetivo. O robô é mais prático e trabalha sozinho, ideal para manutenção diária. Já o aspirador vertical tem maior potência e é indicado para limpezas mais pesadas, estofados e áreas de difícil acesso.
Eles se complementam?
Sim. Quem mora sozinho em um espaço pequeno pode se virar bem apenas com o robô. Já famílias maiores ou quem tem pets costuma se beneficiar mais da combinação: robô para a limpeza frequente e vertical para reforçar onde o robô não alcança.
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