
Fausto Levi Santana de Medeiros, 44 anos, trafegava pela BR-116, em Canoas, na Região Metropolitana, na madrugada deste domingo (5), quando foi atingido por um carro que vinha em alta velocidade. O impacto da batida encerrou ali a trajetória de Medeiros, considerado por amigos e familiares um homem trabalhador e de "coração imenso".
— O maninho Fausto, como era chamado por todos, era um cara fora da curva. Amigo incondicional, parceiro, de um coração imenso. Trabalhador e com sonhos gigantes. Vai deixar saudade em cada coração que conheceu — disse Paula Cunha, 49 anos, ex-companheira de Medeiros.
Natural de Esteio, na Região Metropolitana, a vítima cresceu no bairro Niterói, em Canoas. Com o pai, aprendeu a fazer barcos e caiaques artesanais em fibra de vidro — profissão que seguiu ao longo da vida.
Na enchente de 2024, Maninho usou a fábrica de barcos e os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos para ações de solidariedade, relatam amigos.
— Ele resgatou muitas pessoas na enchente, levou comida e água com os caiaque e barcos que ele mesmo fabricava. Ele tinha o coração enorme mesmo — relatou o amigo Jozoir dos Santos, 45 anos.
Para a amiga de infância Josiane Viviane dos Santos, 40 anos, a disposição para fazer o bem era apenas uma das características da vítima, considerada uma pessoa alto astral e divertida.
Fausto Levi Santana de Medeiros deixa três filhos, uma neta de oito anos, além de amigos.
O velório está previsto para ocorrer no Cemitério São Vicente, em Canoas. A despedida deve ocorrer a partir da 1h desta segunda-feira (6) e segue até às 15h.
A ocorrência
O carro que Fausto dirigia foi atingido por outro veículo, que trafegava em alta velocidade. A ocorrência foi registrada por volta da 0h30min do domingo, na altura do km 268 da BR-116.
Conforme as primeiras informações, o motorista de um Toyota Corolla trafegava pelo trecho quando colidiu na traseira de um Ford Ka, conduzido pela vítima.
Um Fiat Argo também acabou sendo atingido, deixando o motorista, de 61 anos, com lesões graves.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista do Corolla — um homem de 32 anos, natural de Canoas — tentou fugir do local, mas acabou sendo contido por populares. Posteriormente, ele foi conduzido para a delegacia.
Ainda segundo a PRF, o homem apresentava "sinais de alterações das capacidades psicomotoras". O teste com bafômetro deu negativo, mas a corporação ressalta que o equipamento não testa outras substâncias além de álcool.
Antes de ser levado à delegacia e apresentado à Polícia Civil, o condutor foi encaminhado ao hospital para realização de exames relativos ao uso de substâncias psicoativas — ainda sem resultado.
Depois do acidente, o velocímetro do Corolla ficou travado em quase 200 km/h. Contudo, a PRF ressalta que isso não indicaria a velocidade no momento da colisão. Entretanto, "a dinâmica do acidente e os vestígios deixados nos veículos e na pista indicam alta velocidade", conforme a polícia.



