
Prensado por um caminhão, soterrado por serragem. Assim ficou o carro conduzido pela estudante de biomedicina Eduarda Correa, 23 anos, socorrida com vida após um acidente na alça de acesso da freeway à BR-448, em Porto Alegre, nesta terça-feira (7). Segundo o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), a jovem sofreu arranhões pelo corpo.
Em entrevista ao Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, o capitão Daniel Suchy relatou como foi o resgate de Eduarda.
— Foi uma ocorrência muito delicada, uma ocorrência de muito risco, porque o veículo pequeno, o carro leve, a gente não conseguia sequer visualizar ele quando a primeira guarnição chegou até a ocorrência — disse.
Por quase duas horas, a motorista ficou confinada dentro do veículo, que não encheu de serragem, e conseguiu respirar.
— Apesar de o carro ter ficado completamente esmagado, não tinha muita serragem dentro do veículo. Se tivesse muita serragem, talvez isso, inclusive, impossibilitasse ela de respirar. Então, graças a Deus, não tinha muita serragem — informou Sachy.
O bombeiro ainda relatou que Eduarda, mesmo nervosa, se manteve consciente durante o resgate. Os socorristas conseguiram ouvir a jovem.
— A nossa sorte foi que a vítima, essa jovem que estava no carro, estava responsiva o tempo todo. Desde a primeira abordagem até a retirada, ela (estava) consciente — relatou o militar, que atuou na ocorrência com quatro bombeiros e oito socorristas da CCR ViaSul, concessionária que administra a rodovia.
Noivo foi a pé ao local
Os bombeiros e socorristas da concessionária que administra o trecho chegaram logo após o noivo da motorista.
Gabriel Zanettin, 25 anos, trabalha na Arena do Grêmio, ao lado do local do acidente, e foi a pé para tentar resgatar Eduarda. O peso da serragem amassou o teto do veículo e deixou a estudante confinada em um pequeno espaço.
— A gente achou a maçaneta e o retrovisor. Coberto, coberto, não sei qual era o produto. Aí eu subi em cima, sem subir no carro, para começar a tirar (a serragem) — relatou o noivo.
Familiares acompanharam socorro
De acordo com o capitão Daniel Suchy, um bombeiro militar de folga, parente de Eduarda, também atuou no resgate. A mãe da jovem foi até o local acompanhar o socorro.
— A gente sempre tenta passar esse contato humanizado para os parentes para que eles não fiquem tão nervosos — disse.
O acidente aconteceu por volta das 11h30min. A motorista foi retirada por volta das 13h15min e colocada em uma ambulância para ser levada ao Hospital Cristo Redentor, na Zona Norte.
Motorista tem casamento marcado
Eduarda entrou em contato com o noivo, de dentro do carro, dizendo que o amava. Eles têm o casamento marcado para novembro.
— A gente casa no dia 1º de novembro, ontem nós fizemos as fotos. Ela pediu desculpas por tudo, que não ia conseguir. (Disse) Que me amava, que amava a família — relatou Gabriel.
O relato do casamento foi repetido pela motorista aos bombeiros, segundo o capitão Daniel Suchy.
— Então, a gente disse que o casamento dela ia sair, que ela não precisaria ficar nervosa, que era um trabalho demorado, mas que ela logo ia estar com o noivo dela, com a mãe dela.



