
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou, nesta quarta-feira (14), o laudo pericial do acidente em abril, que envolveu uma carreta que transportava combustível em Palhoça, na Grande Florianópolis. O tombamento do caminhão deixou cinco pessoas feridas e incendiou outros 24 veículos.
De acordo com o que foi apurado pela PRF, o fator determinante do acidente foi a perda do controle da direção pelo condutor da carreta, após a passagem pelo redutor de velocidade. O limite é de 60km/h para todos os tipos de veículos e o caminhão carregado de etanol transitava na velocidade de 57 km/h pelo local.
O acidente aconteceu no dia 6 de abril, às 13h37min. O documento detalha que a pista estava seca e que o céu estava claro quando o caminhão bateu em uma mureta de concreto no lado direito e tombou na pista sentido Porto Alegre-Florianópolis. O motorista fez o teste de etilômetro que apontou negativo para a ingestão de bebida alcoólica.
Os veículos atingidos pelo incêndio estavam em congestionamento na pista oposta, ocasionado por outro acidente de trânsito ocorrido instantes antes, a cerca de 1 quilômetro de distância — fato que contribuiu para o elevado número de veículos atingidos pelas chamas.
"Passageira não auxiliar"
A análise também apontou que havia uma "passageira não auxiliar" no caminhão, fato que desrespeita norma da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre transporte de produtos perigosos.
Demora da empresa de gerenciamento de crises

Conforme o laudo, a empresa responsável pelo gerenciamento de crises e emergências ambientais contratada pela transportadora chegou ao local cerca de quatro horas depois do acidente, sem os equipamentos necessários para realizar o serviço:
"A empresa AMBIPAR, responsável pelo gerenciamento de crises e emergências ambientais, somente chegou ao local às 18h10min, cerca de 04h e 33 minutos após o acidente, sem os veículos e equipamentos necessários para realizar o serviço de controle e transbordo do produto inflamável, o que retardou a liberação da via. O início do trabalho de limpeza de V1 (carreta) para, após, realizar seu destombamento, apenas iniciou por volta de 00h00, quando foi providenciado um caminhão-tanque do Corpo de Bombeiros Militar para receber o restante do líquido inflamável", registra o documento.
O que diz a Ambipar
A Ambipar informa que foi acionada pela empresa R&G Consultoria no dia 6 de abril de 2025, às 17h, para atendimento a uma ocorrência emergencial. A equipe foi mobilizada imediatamente, com saída registrada às 17h01 e chegada ao local às 18h11, ou seja, aproximadamente uma hora após o acionamento, e não quatro horas e 33 minutos, como foi incorretamente divulgado.
Todos os equipamentos e equipes de emergência da Ambipar foram mobilizados conforme o escopo planejado e chegaram dentro do prazo adequado.
O principal fator que impactou a resolução do incidente foi a ausência de um caminhão de recebimento para a transferência do produto remanescente, responsabilidade do transportador, que em nenhum momento solicitou à Ambipar o fornecimento desse tipo de veículo.
A Ambipar reforça seu compromisso com a agilidade, a segurança e a excelência em todos os atendimentos prestados.
Relembre
Uma carreta tombou e pegou fogo na BR-101, em Palhoça, na Grande Florianópolis, na tarde de 6 de abril, um domingo. Segundo a PRF, a rodovia ficou totalmente interditada no km 233. O sinistro ocorreu às 13h37min na altura do Morro dos Cavalos, e permaneceu fechada até as 5h do dia seguinte.
Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas com queimaduras, conforme o Corpo de Bombeiros Militar. Ao todo, foram atingidos pelo incêndio 22 carros e três carretas, incluindo a que ocasionou o acidente.
O tombamento ocorreu no sentido Porto Alegre-Florianópolis da pista. Segundo informações da PRF, a carreta carregava álcool etílico.
O motorista da carreta e a esposa dele tiveram queimaduras nos braços e pernas e foram levados para Unidade de Pronto Atendimento da Pinheira, em Palhoça.
*Produção: Estfany Soares