
A recente divulgação de uma fuga de informação com 16 bilhões de senhas e credenciais, revelada por pesquisadores do portal de cibersegurança Cybernews, expôs novamente a fragilidade dos dados online.
O incidente chama a atenção pelo volume e pela variedade das informações expostas, conforme destaca Leonardo Lemes Fagundes, mestre em Computação Aplicada e professor de Gestão de Segurança da Informação e Riscos Cibernéticos na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
Entre os dados comprometidos, estariam informações de contas da Apple, Facebook, Google e outras redes sociais, além de dados governamentais.
— Seriam 16 bilhões de credenciais, um volume muito grande. A princípio, estão nesse vazamento dados de usuários finais, mas também informações e credenciais de grandes empresas privadas e de órgãos governamentais, o que acende um sinal de alerta — comenta Fagundes.
Fagundes explica que as consequências práticas da fuga de informação surgirão com o tempo. É possível, contudo, projetar os seus impactos, que vão desde um aumento na incidência de golpes virtuais até ataques a sistemas governamentais.
Para os internautas, o episódio reforça a importância de adotar medidas de segurança. Há estratégias que ajudam a prevenir incidentes futuros ou a mitigar os danos caso os seus dados já tenham sido expostos.
Dicas de como se proteger em vazamentos de dados
Redobre a atenção
O especialista aconselha atenção redobrada a movimentações estranhas que envolvam o seu nome, e-mail ou conta bancária.
Também é necessário estar vigilante quanto a mensagens suspeitas que podem surgir por e-mail, SMS ou redes sociais, geralmente com links. Na dúvida, o melhor é não clicar.
Troque suas senhas
Trocar as senhas é um primeiro passo fundamental. Existem serviços que o notificam quando uma credencial sua é exposta numa fuga de informação recente.
Mesmo que não receba este alerta, alterar as suas palavras-passe é uma excelente medida de precaução.
Ative a autenticação de dois fatores (2FA)
Este mecanismo aumenta significativamente a proteção da sua conta.
Com a 2FA ativada, além de inserir a senha, terá de confirmar o login através de uma segunda via, como uma aplicação no seu celular (por exemplo, Google Authenticator ou Microsoft Authenticator), que funciona como um fator extra de segurança.
Não utilize a mesma senha para tudo
É comum reutilizar credenciais, mas esta é uma prática de alto risco. No caso de uma fuga de dados, todas as contas que partilham a mesma palavra-passe tornam-se vulneráveis.
O ideal é criar uma senha exclusiva para cada serviço, utilizando um gestor de senhas para o ajudar a memorizá-las.
Crie senhas fortes e que façam sentido
Evite usar números de telefone, datas de aniversário ou outros dados pessoais fáceis de adivinhar. É uma dica clássica, mas que permanece crucial.
Como alternativa, o professor da Unisinos sugere utilizar elementos que façam sentido de forma mais subjetiva. Por exemplo, palavras de músicas ou poemas das quais se gosta, sempre intercaladas com números e caracteres especiais.
Ou seja, as senhas de cada conta devem ser diferentes, mas podem seguir um padrão lógico, desde que este seja coerente somente ao usuário.
Não armazene senhas em navegadores
Evite guardar as suas senhas diretamente nos navegadores. Fagundes explica que os browsers estão sujeitos a inúmeras vulnerabilidades que podem comprometer a segurança dessas credenciais.
O ideal, portanto, é utilizar aplicativos específicos para o gerenciamento das senhas, que tendem a ser mais seguros.
Instale um antivírus
O uso de antivírus não se limita aos computadores; é igualmente essencial para o seu celular. Esta é uma prática de proteção digital importante que, segundo o especialista, deve ser adotada em todos os seus dispositivos.