
O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, defendeu nesta segunda-feira (3) no Supremo Tribunal Federal (STF) a realização da Operação Contenção, deflagrada na semana passada para cumprir mandados de prisão contra integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e que deixou mais de 120 mortos.
A manifestação foi enviada ao Supremo após o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo conhecido como ADPF das Favelas, pedir ao governador esclarecimentos sobre a operação. Na manhã desta segunda, Moraes e Castro se reuniram para tratar da questão. A audiência foi realizada no Rio.
Castro afirmou no documento enviado ao Supremo que os confrontos entre policiais e criminosos foram concentrados na região de mata para evitar tiroteios nas proximidades de áreas edificadas e resguardar a integridades dos moradores.
O governador disse que a intervenção policial foi necessária diante de barricadas montadas pelos criminosos em regiões próximas a escolas e postos de saúde.
"A atuação estatal, diante de organizações criminosas de perfil narcoterrorista, constituiu exercício legítimo do poder-dever de proteção da sociedade, concretizando o princípio da legalidade e reafirmando o compromisso das forças de segurança pública com a legalidade, a transparência e a proteção dos direitos humanos, em estrita observância ao Estado Democrático de Direito e à defesa da vida", afirmou Castro.
Segundo o g1, a ação aconteceu após um ano de investigações e 60 dias de planejamento. No relatório encaminhado ao STF, o governador argumenta que a operação seguiu critérios de legalidade, necessidade e proporcionalidade.
O documento ainda afirma não houve mortes de "pessoas não pertencentes à organização criminosa" e destaca que os policiais usavam câmeras corporais e agiam sob supervisão das corregedorias e do Ministério Público.
A preservação da cena das mortes, no entanto, foi reconhecida como uma dificuldade por Castro, devido ao confronto. Um inquérito foi aberto para investigar uma possível fraude processual pela retirada dos corpos, realizada por moradores.




