
O monitoramento das redes sociais ajudou a Polícia Civil do Rio Grande do Sul a identificar e desarticular a organização criminosa investigada na Operação Modo Selva. A análise de perfis e postagens permitiu mapear o funcionamento do esquema, os personagens envolvidos e até os métodos de aliciamento de novos golpistas.
O grupo criminoso especializado em fraudes, as quais utilizava "deepfakes" (síntese de imagens e sons humanos, baseadas em inteligência artificial) de celebridades para anunciar falsos produtos de beleza de marcas famosas, gravava vídeos nas redes sociais ostentando o dinheiro obtido por meio dos delitos.
Em uma publicação, um dos criminosos aparece dentro de um bar. Ele faz o vídeo do telefone onde exibe as transferências em Pix e o prejuízo de uma vítima que fez dois depósitos seguidos. Na mesma tela, há uma dezena de outras transações.
"Bom é assim gurizada. Colocou R$ 200, perdeu e colocou mais R$ 600."
Como agiam os criminosos
A Polícia Civil revelou um modus operandi sofisticado, que combinava tecnologia com métodos tradicionais de lavagem de dinheiro. O grupo também explorava especificamente vulnerabilidades de pessoas idosas e com menor conhecimento digital, utilizando até mesmo contas bancárias de idosas de 80 e 84 anos como "laranjas".

As fases do esquema
Criação de conteúdo fraudulento: utilizando deepfake, os criminosos produziam vídeos falsos com celebridades como Gisele Bündchen, Angélica, Juliette, Maísa e Sabrina Sato promovendo produtos inexistentes.
Divulgação massiva: os vídeos eram espalhados por perfis falsos nas redes sociais.
Captura das vítimas: interessados eram direcionados a sites fraudulentos, onde forneciam dados pessoais e realizavam pagamentos via Pix.
Lavagem de dinheiro: os valores eram distribuídos por empresas fantasmas e contas de “laranjas”
A operação Modo Selva cumpriu 26 ordens judiciais incluindo sete ordens de prisões preventivas e nove mandados de busca e apreensão em cinco Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco, São Paulo e Bahia. Até o momento, quatro pessoas foram presas.
Fique atento
- Desconfie de promoções "imperdíveis" protagonizadas por celebridades;
- Verifique sempre a autenticidade dos perfis que divulgam ofertas;
- Pesquise a reputação da empresa em sites como Reclame Aqui antes de comprar;
- Nunca forneça dados pessoais ou realize pagamentos sem confirmar a legitimidade da oferta;
- Denuncie imediatamente qualquer suspeita de golpe, mesmo que o valor seja baixo.
Mais informações: DICESP/DERCC
Contato: (51) 3288-9818
E-mail: dercc@pc.rs.gov.br


