
A contadora Thaise da Cunha Santos, que trabalha na prefeitura de Vila Nova do Sul, na Região Central do RS, foi alvo de uma operação da Polícia Civil. A ação, que foi realizada na manhã desta terça-feira (14) com o cumprimento de mandados de busca e apreensão e bloqueios de bens, investiga a prática do crime de peculato. A suspeita não foi presa. A defesa diz que Thaise está "à disposição da Justiça para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários".
Segundo a polícia, Thaise, que tem 51 anos de idade, é servidora pública concursada há 16 anos. Ela é suspeita de desviar mais de R$ 1 milhão dos cofres públicos. Vila Nova do Sul tem cerca de 3,8 mil habitantes e um orçamento de R$ 39,6 milhões para 2025.
De acordo com o delegado Daniel Severo, responsável pelo caso, foram bloqueados dois imóveis, três veículos e valores mantidos em contas bancárias da suspeita. Também houve cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa dela, em São Sepé. O objetivo é garantir que os bens retidos possam ser usados para ressarcir a prefeitura. A mulher não foi presa. Não foram dados detalhes sobre a operação do esquema de desvio.
Denúncia da prefeitura
A investigação começou há duas semanas, a partir de uma denúncia feita pelo próprio Executivo municipal. Conforme o delegado, há provas de desvios desde o ano de 2020 e indícios de crime anterior a isso ainda são apurados. A suspeita é de que o dinheiro tenha sido usado para o pagamento de contas pessoais da servidora, do marido, do filho e do genro.
O caso é tratado como peculato, crime que ocorre quando um agente público se apropria de recursos em razão do cargo. A pena prevista varia de dois a 12 anos de reclusão, além de multa.
Em nota, a prefeitura de Vila Nova do Sul informou que a servidora foi afastada de forma cautelar e que instaurou um processo administrativo disciplinar para apurar os fatos.
Confira a nota na íntegra:
"A Prefeitura Municipal de Vila Nova do Sul informa que, no mês de setembro de 2025, foi identificada a possibilidade de execução de fraude envolvendo a utilização de recursos públicos para custeio de despesas de caráter pessoal de servidora pública concursada. Imediatamente, a Administração Municipal adotou as medidas cabíveis, bloqueando o acesso desta ao sistema e registrando ocorrência junto à Polícia Civil pela possível prática do crime de peculato, bem como informou o Ministério Público Estadual.
Diante da materialidade já apurada, determinou-se o imediato afastamento cautelar da servidora envolvida de suas funções junto ao município.
As apurações preliminares indicam que a prática ilícita pode ter se iniciado no primeiro semestre de 2020, gerando um prejuízo à administração pública municipal, cujos valores foram supostamente desviados de sua destinação pública.
Diante da gravidade dos fatos, o Prefeito Municipal determinou, além do imediato afastamento da servidora, a instauração de processo administrativo disciplinar, com o objetivo de apurar de forma transparente os fatos apresentados e garantir a efetiva responsabilização.
A Administração Municipal lamenta profundamente o ocorrido e reafirma seu compromisso de agir com rigor, transparência e responsabilidade, sempre priorizando o interesse público e a melhoria da qualidade de vida de todos os munícipes.
O que diz a defesa de Thaise
O advogado de defesa de Thaise, Paulo Giovani Trevisan, divulgou uma nota. Confira a íntegra a seguir:
"A defesa de Thaise da Cunha Santos vem, por meio desta nota, manifestar-se em relação aos fatos recentemente divulgados e que envolvem a referida servidora.
Inicialmente, a defesa destaca que Thaise está colaborando integralmente com as autoridades competentes, colocando-se inteiramente à disposição da Justiça para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários, bem como contribuindo para a celeridade e transparência do processo.
Ressalte-se, por fim, que a família está providenciando a imediata restituição integral dos valores apurados na investigação.
São Sepé, 14 de outubro de 2025."



