
A Polícia Nacional da Bolívia prendeu um dos líderes da maior facção criminosa gaúcha. Juliano Biron da Silva, o Biron, foi localizado num condomínio da cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra. Ele estava foragido desde novembro de 2024 e usava identidade falsa.
O fato de estar com documento falsificado (um crime) pode propiciar que seja expulso imediatamente a pedido do Brasil e não extraditado, o que poderia levar anos.
Biron estava com documento de identidade falso, do Maranhão. Outro gaúcho, natural de Cachoeirinha, foi capturado junto com ele: Yuri Flugrath dos Santos. Os dois foram presos por agentes da Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico (FELCN), braço da polícia boliviana que visa desmantelar redes criminosas envolvidas na produção, transporte e comercialização de narcóticos.
A operação de captura foi propiciada por meio do Centro de Cooperação Internacional formado por policiais de vários países, com participação da Polícia Federal brasileira. A sede é no Rio de Janeiro. A Polícia Civil gaúcha também colaborou com informações. O Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) já tinha pistas de que ele estava na Bolívia e as compartilhou com outras autoridades. Conforme os policiais civis, ele vivia num condomínio de luxo e ostentava em veículos.
Biron, como é conhecido, soma 33 anos de condenação. Uma das sentenças, de 20 anos e oito meses de prisão, é pelo assassinato do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, de 22 anos, em Canoas, na Região Metropolitana. O jovem fotógrafo foi torturado e morto a tiros em julho de 2015, na Praia de Paquetá. Conforme a sentença, Biron cometeu o crime por ciúmes de uma jovem com quem mantinha relacionamento extraconjugal. A jovem também se relacionava com Gargioni. Além de homicídio, Biron tem antecedentes por roubo a agência bancária na Capital, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Ele também tem mandado de prisão em aberto pedido pelo Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc). Foram confiscadas no ano passado fazendas e bens que ele supostamente administraria no Vale do Sinos, no valor de R$ 122 milhões. Na época foram indisponibilizados 28 imóveis em que a quadrilha teria aplicado dinheiro.



