O vice-prefeito de Maquiné, Lucas Fagundes, foi preso em flagrante na quinta-feira (5) por crimes ambientais. A prisão foi realizada pela Patrulha Ambiental da Brigada Militar, após uma denúncia anônima indicar que homens estavam fazendo intervenções em um curso d'água em área de preservação permanente, que é afluente do Rio Maquiné, no Litoral Norte.
Conforme apurado por Zero Hora, os agentes chegaram à propriedade privada e viram que uma máquina estava sendo usada no serviço. Os policiais pediram as licenças ambientais, que não existiam. Por esse motivo, pediram a presença do proprietário da área.
O terreno pertence à família do vice-prefeito Lucas Fagundes, que estava no local e recebeu voz de prisão. Segundo os policiais, houve resistência e desacato, o que também foi mencionado na prisão em flagrante. O operador da máquina também foi detido em flagrante. O vice-prefeito nega os crimes e afirma que sofreu abuso de autoridade (leia mais abaixo).
Os dois foram levados para a Delegacia de Capão da Canoa, onde a Polícia Civil homologou o flagrante. Eles permaneceram na carceragem da delegacia até sexta-feira (6), quando foram liberados. Uma audiência de custódia, para avaliar a legalidade da prisão, foi marcada para o dia 17 de junho, no Fórum de Osório.
Vice diz que fazia limpeza de vala e denuncia abuso
Procurado, o vice-prefeito Lucas Fagundes disse que estava fazendo uma limpeza em uma vala na sua propriedade e que a área não é de preservação permanente. Ele também alegou que sofreu abuso de autoridade por parte dos policiais envolvidos na ocorrência.
O advogado Laone Rech, que representa o vice-prefeito, disse que o serviço ocorria em uma área de lavoura.
— O serviço em questão consistia apenas na limpeza de um valo de drenagem dentro de sua lavoura, que é justamente para prevenir alagamentos uma vez que tinha sido uma semana de chuvas. Durante o serviço, o Lucas foi chamado pelo operador da máquina e, chegando lá, foi abordado de forma truculenta pelos agentes da Patrulha Ambiental, que o questionaram sobre as licenças ambientais — disse.
Rech ainda completou que o valo não era um afluente do Rio Maquiné e que, por isso, não precisaria de licença ambiental. O advogado afirma que, na sequência, houve o abuso de autoridade.
— O que se seguiu foi cena de horror. O Lucas não apresentou resistência, apenas questionou o motivo da prisão, no momento em que um dos agentes torceu o braço do Lucas e o jogou ao solo de forma violenta, o que gerou grave lesão em seu ombro, cujo fato está devidamente registrado no exame de corpo de delito — afirmou o advogado.
Além de atuação no processo aberto a partir da prisão, a defesa afirma que vai acompanhar o andamento da denúncia de abuso de autoridade.
— Confiamos que, com a devida apuração, a verdade prevalecerá e todas as medidas legais já estão sendo adotadas para a responsabilização de eventuais abusos praticados — completou a defesa.