
O uso de sistemas antidrone aumenta em cerca de 20% as interceptações de materiais ilícitos que têm como destino o interior das unidades prisionais gaúchas. A estimativa foi dada pelo secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Jorge Pozzobom, em entrevista à Rádio Gaúcha.
— Sem o antidrone, teríamos apreensões e interceptações menores. Com o sistema, com certeza, já aumentamos mais de 20% de interceptações — disse.
Em 23 de maio, três kits de tecnologia antidrone foram entregues pelo Estado, em investimento de R$ 4,9 milhões. As três armas serão utilizadas nas cadeias gaúchas onde há mais relatos de aproximação de drones.
Segundo dados de dezembro de 2024, o Estado conta com 84 presídios e penitenciárias de regime fechado e outras 17 de regime semiaberto. Pozzobom reconheceu que a quantidade de equipamentos necessários pode ser maior.
— É um investimento muito alto, de alta tecnologia. Evidentemente, se for necessário aumentar o número desses equipamentos, vamos aumentar. Tudo é feito com planejamento — afirmou o secretário.
Ação em Charqueadas
De acordo com o governo do Estado, a primeira neutralização de um drone com o sistema ocorreu na madrugada de domingo (8), no Complexo Prisional de Charqueadas, pelo Grupo de Ações Especiais da Polícia Penal (Gaes). Três pessoas foram presas. Com eles, também foram apreendidos mais de meio quilo de maconha, 195 gramas de cocaína, três celulares, um relógio, seis chips de telefonia, além do drone, baterias e o controlador do dispositivo.
O equipamento antidrone emite frequências radiofônicas específicas e interfere no contato entre o operador e o dispositivo voador. Assim, os policiais penais conseguem fazer o equipamento pousar imediatamente ou retornar ao ponto de decolagem. Aparelhos similares são usados na guerra da Ucrânia.