
A Polícia Penal do Rio Grande do Sul realizou, na madrugada deste domingo (8), em Charqueadas, a primeira neutralização de drone com sistema antidrone. O equipamento foi adquirido há poucos dias pelo governo do Estado.
Utilizando o sistema para interromper o voo do aparelho, e com o auxílio da radiopatrulha para localizar os pilotos, foram capturados três criminosos. Além deles, foram apreendidos materiais ilícitos, o drone, seu controle e veículos.
— Pela primeira vez, o uso de arma especial e radar de rastreamento possibilitou neutralizarmos um drone em voo e localizamos os operadores. Resultado: três criminosos presos, além de apreensão de equipamentos — destacou o governador Eduardo Leite.
O equipamento emite frequências radiofônicas específicas e interfere no contato entre o operador e o dispositivo voador. Assim, os policiais penais conseguem fazer o drone pousar imediatamente ou retornar ao ponto de decolagem. Aparelhos similares são usados na guerra da Ucrânia.
A neutralização do drone foi realizada por equipes do Grupo de Ações Especiais da Polícia Penal (Gaes) no Complexo Prisional de Charqueadas. Utilizando o equipamento antidrone, além de impedir a ação do veículo aéreo não tripulado, os operadores do Gaes conseguiram localizar um veículo onde estavam os três criminosos que participaram da tentativa de entregar materiais ilícitos em uma das unidades prisionais do local.
Com os indivíduos, presos em flagrante, foram encontrados mais de meio quilo de maconha, 195 gramas de cocaína, três celulares, um relógio, seis chips de telefonia, além do drone, baterias e o controlador do dispositivo.

O governo do Estado investiu R$ 4,9 milhões em três kits de tecnologia antidrone. A entrega desses equipamentos ocorreu em 23 de maio, durante um evento que distribuiu 280 veículos e outros equipamentos para as forças de segurança.
O Rio Grande do Sul se destaca como um dos pioneiros no país a adotar esse sistema, que reforça a segurança nas unidades prisionais e bloqueia a entrada de materiais ilícitos antes que cruzem os muros, enfatiza Leite.
O secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Jorge Pozzobom, também ressaltou a importância dos investimentos realizados no sistema prisional.
— Esta ação é mais um resultado dos recursos históricos que têm sido aplicados no sistema prisional. Se existe crime organizado, nós, aqui no Rio Grande do Sul, temos um Estado preparado — comentou Pozzobom.
O superintendente da Polícia Penal, Sergio Dalcol, afirmou que a operação demonstra claramente a eficácia da estratégia que vem sendo implementada no sistema prisional gaúcho.