
A Polícia Civil realiza nesta quarta-feira (18), a Operação Infiltrado, que investiga a atuação de um ex-estagiário da Justiça de Gravataí suspeito de vender informações de investigações para um grupo criminoso.
Com o esquema, ele teria movimentado cerca de R$ 2 milhões entre 2022 e 2023. Para a polícia, além de repassar dados sigilosos, ele colaborou para lavagem de dinheiro do grupo.
A reportagem apurou que o ex-estagiário é Henrique Vier da Silva, que já esteve preso em razão desta investigação.
A Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro está cumprindo 47 mandados de busca e apreensão em nove cidades. Durante a ofensiva uma pessoa que era considerada foragida foi presa.
A investigação aponta que o ex-estagiário teria usado uma rede de apoio, incluindo familiares, para dissimular valores obtidos por uma facção criminosa a partir do tráfico de drogas e de extorsões. A investigação analisou finanças de 42 pessoas e de duas empresas.
O homem apontado como principal coordenador do esquema atua a partir de um presídio de Charqueadas. Segundo o delegado Cassiano Cabral, diretor do Departamento Estadual de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Dercap), o grupo movimentou R$ 7 milhões usando contas de terceiros e empresas de fachada.
São investigados os crimes de lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional e organização criminosa.
A investigação apontou que Silva, enquanto atuava na Justiça, teria negociado valores em troca de informações de investigações que estavam em andamento, para permitir acesso a dados protegidos por sigilo e também para ajudar na ocultação de dinheiro movimentado pela facção. O ex-estagiário é um dos alvos da operação desta quarta-feira.
O trabalho é coordenado pelo delegado Guilherme Calderipe.
Contraponto
O que dizem Ronaldo Farina e Marco Antônio de Abreu Scapini, advogados de Henrique Vier da Silva:
"Não conhecemos o teor desse procedimento de hoje e, por isso, não vamos nos manifestar."