
Uma mulher de 29 anos relatou à polícia ter matado o ex-namorado na madrugada desta terça-feira (10), em Igrejinha, no Vale do Paranhana, conforme a Polícia Civil.
O homem, de 28 anos, foi encontrado sem vida, com ferimentos provocados por arma branca na região do tórax. A vítima foi identificada como Micael Douglas Muller, 28 anos.
A suspeita se apresentou à Delegacia de Polícia de Igrejinha, acompanhada de advogado, e teria afirmado ter agido em legítima defesa, após supostamente ter sido agredida e ameaçada de morte dentro da casa do homem, de acordo com a polícia. O local foi isolado para o trabalho da perícia criminal.
Segundo o delegado responsável pelo caso Ivanir Luiz Moschen Caliari, ela se dirigiu à delegacia horas após o ocorrido e manifestou a intenção de se apresentar voluntariamente às autoridades para prestar esclarecimentos.
Suspeita relata perseguição
Em depoimento, a mulher relatou que vinha sendo perseguida pelo ex-namorado, com quem teria encerrado o relacionamento. Ela ainda teria dito que o homem não aceitava o fim da relação.
Conforme a Polícia Civil, o homem possuía passagem na polícia por tráfico de drogas e violência doméstica. No dia 2 de junho, a mulher registrou um boletim de ocorrência por violência doméstica e conseguido medida protetiva de urgência contra ele.
No entanto, apesar das medidas judiciais, a mulher contou que recebeu diversas mensagens do ex pedindo uma conversa, então ela teria ido até a casa dele.
A polícia informa que, segundo a versão da mulher, ele teria a agredido fisicamente e feito ameaças de morte. Nesse contexto, ela disse ter conseguido pegar uma faca e atingir o agressor com golpes no lado esquerdo do peito.
Após prestar depoimento, a mulher foi liberada enquanto as investigações continuam.
O que diz o advogado da família de Micael
O advogado da família de Micael, Luiz Fernando Cunha, publicou um vídeo no Instagram, comentando que o crime "foi uma execução", e não legítima defesa.
— O Mikael era um guri novo, 29 anos, um guri bem apessoado, um guri que gostava de namorar bastante, era um guri que não queria compromisso com mulheres, um guri solteiro, com muitos amigos, um guri querido. E agora está na mídia que ele atacou a namorada e que ela só se defendeu — comentou Cunha.
De acordo com o advogado, a versão da suspeita, de legítima defesa, não é coerente:
— A legítima defesa é uma agressão injusta, atual e iminente, ou seja, eu não posso matar alguém crendo que essa pessoa vai me matar no mês que vem, ou semana que vem — disse no vídeo.