
O advogado Daniel Fernando Nardon, que está no Complexo Prisional de Canoas, deve ser interrogado pela Polícia Civil até o final desta semana.
A expectativa é do delegado Vinícius Nahan, que conduz a investigação de supostas fraudes cometidas por Nardon e um grupo de advogados.
Em 8 de maio, o escritório de Nardon foi alvo da Operação Malus Doctor, da 2ª Delegacia de Porto Alegre, mas ele estava viajando. Foi considerado foragido e acabou capturado em Dourados, em Mato Grosso do Sul, na quinta-feira (15).
Na sexta-feira (16), o advogado passou por audiência de custódia e, depois, foi encaminhado à Penitenciária Estadual de Canoas 1 (Pecan 1).
Ricardo Breier, um dos advogados que defendem Nardon, disse à reportagem que a defesa está analisando o grande volume de documentos da investigação para definir eventuais medidas a serem adotadas ao longo da semana.
A Operação Malus Doctor investiga um grupo de advogados suspeito de fraudar procurações judiciais para contratar empréstimos em nome de clientes e lesar instituições financeiras com processos fraudulentos. Estima-se que o grupo teria movimentado R$ 50 milhões e lesado mais de 10 mil pessoas com o esquema. Dos 14 alvos da operação, nove são advogados.
Conforme a investigação, as vítimas do grupo seriam clientes que buscavam renegociar juros que consideravam abusivos sobre empréstimos junto a instituições financeiras. Após ajuizar ações revisionais contra as instituições financeiras, o grupo contrataria empréstimo em nome dos clientes e o valor entrava na conta deles. As vítimas acreditavam que a quantia era uma indenização por conta da ação judicial.
O grupo então cobraria honorários de 30% sobre o montante do empréstimo. Posteriormente, o escritório também se apropriaria do valor referente ao processo ajuizado sem o conhecimento do cliente.