
Após prisão em flagrante de um homem de 24 anos em Eldorado do Sul na noite desta sexta-feira (2), a Polícia Civil localizou um laboratório de refino de cocaína em Tapes, na zona sul do Estado. No local, foram encontrados mais de 50 quilos (kg) de drogas, armas e munição de uso restrito.
O homem preso em flagrante com um quilo de crack no porta-malas não tinha antecedentes criminais. Segundo o delegado Joel Wagner, da 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DIN/Denarc), o suspeito teria ocupado o posto do casal preso em flagrante com 447 kg de drogas em março deste ano, na cidade de Viamão.
A investigação já mapeava a propriedade rural em Tapes como um local de interesse. Após a prisão, a equipe que estava no município da Zona Sul ingressou no sítio, onde encontraram um local para prensar a droga, 37 kg de cocaína, 17 kg de crack, 125 kg de insumos (como cafeína, para encorpar a droga), equipamentos para a produção de drogas, armas e munições.
— O laboratório não estava em uma peça muito grande, era tipo aqueles reboques de carregar cavalo. Tinha uma prensa ali dentro. Daí, talvez, fizessem as misturas fora e ali, dentro do reboque, só prensavam. O laboratório era bem escondido, tem que andar mais de 30 minutos em estrada de chão. Mas tinha acesso à BR-116, o que, obviamente, é uma facilidade na hora de distribuir a droga — relata Wagner.
A estimativa do responsável pela investigação é de que, com os insumos, fosse possível transformar um quilo de cocaína pura em três quilos de droga misturada e encorpada para render mais. Wagner acredita que o local abastecia pontos da Região Metropolitana e da Zona Sul, em municípios próximos do espaço dedicado ao refinamento.
— A gente dá mais ênfase à droga, mas aprendeu uma quantidade considerável de armas. Ao todo, foram oito armas. E a munição a gente teve que pesar, porque estava complicado de contabilizar tudo. Foram milhares de cartuchos. Principalmente de fuzil calibre 762x51, 762x39, 5.56 e até de AK-47 — acrescenta.
O investigado de 24 anos foi encaminhado ao sistema prisional à disposição do Poder Judiciário. Wagner explica que agora os materiais recolhidos, como telefones, serão analisados para dar corpo à investigação e, possivelmente, identificar outras pessoas.