
A primeira Delegacia de Pronto Atendimento à Mulher, em Porto Alegre, tem previsão de entrega ainda neste ano. A informação foi dada em entrevista ao Gaúcha Atualidade, pelo chefe da Polícia Civil do Estado, Fernando Sodré, nesta sexta-feira (2).
Atualmente, o atendimento das demandas das mulheres é feito no Palácio da Polícia.
Nesta semana, a prefeitura cedeu o prédio para a instalação na Rua Freitas e Castro, no bairro Santana, onde funcionava a Junta Militar. O imóvel passou por limpeza e terá parceria com o Instituto Dunga.
A entidade coordenada pelo atleta prevê a reforma do prédio, em articulação com a iniciativa privada para captação de recursos. A ideia é retirar os atendimentos do Palácio da Polícia, ampliando a acolhida às vítimas.
— Sai do Palácio, vai para a esquina, que é uma delegacia própria só para isso e vamos reorganizar aquele espaço para ampliar a Delegacia da Mulher e ter atendimento cada vez melhor — garante Sodré, que também quer colocar apenas policiais mulheres nas equipes.
Ampliação do plantão
O chefe de polícia também comunicou a ampliação da quantidade de agentes para chegar até o ano que vem a pelo menos sete policiais na equipe de plantão e aumentar para oito posteriormente. Recentemente, houve ampliação de quatro agentes para seis com retomada de policiais aposentados.
— Temos quatro equipes com quatro agentes. Imediatamente, compusemos para cinco e hoje já estamos com seis por equipe. E agora nós temos o edital dos aposentados e pretendemos chegar num número, que segundo a divisão da mulher, seria o ideal, que seria oito. Vamos tentar chegar, se não conseguir, porque os aposentados vêm numa voluntariedade, se não conseguir, vamos tentar chegar em pelo menos sete policiais — esclarece Sodré.
Sodré reforçou que a meta é que, em um dia de grande movimento, uma mulher não espere mais do que uma hora para fazer o registro de violência. Ele acredita que, com seis servidores, é possível atingir esse objetivo.
— Eles alegam que oito (funcionários sejam necessários), mas eu acho que com seis, e uma estrutura de sobreaviso se for necessário — estima.
Nesta semana, a reportagem de Zero Hora mostrou que em três meses, 307 vítimas desistiram de registrar ocorrência em plantão da Delegacia da Mulher por demora no atendimento. Algumas chegavam a esperar oito horas ou mais. O chefe de polícia esclareceu que, nesse ano, não haverá reforço de efetivo com novas contratações, apenas de aposentados. O Estado estuda uma forma de tornar a remuneração mais atrativa para estes policiais.