
A mulher acusada de matar uma grávida para ficar com o bebê, em Porto Alegre, em outubro de 2024, permaneceu em silêncio durante interrogatório na 1ª Vara do Júri de Porto Alegre. Joseane de Oliveira Jardim, 42 anos, passou pela última audiência de instrução do caso na quinta-feira (8).
Ela responde por homicídio qualificado, aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante, parto suposto e ocultação de cadáver pelo assassinato da Paula Janaína Ferreira Melo, 25 anos.
Conforme os advogados de defesa de Joseane, o silêncio ocorreu por conta de uma pendência na conclusão do incidente de insanidade mental. Os advogados Richard Noguera e Sharla Rech anexaram um documento que aponta "adoecimento mental grave, incluindo transtornos psicóticos, esquizoafetivos, afetivos e de personalidade, além de risco elevado de ideação suicida."
O mesmo incidente de insanidade é conduzido pela perícia judicial, que pediu exames complementares e uma avaliação psicológica.
Além do interrogatório, a mãe de Paula também prestou depoimento. Na fala, ela disse ter dúvidas sobre a versão de que o crime foi cometido apenas por Joseane. Com as audiências encerradas, o processo segue para a fase final, aguardando a decisão da Justiça sobre um eventual julgamento pelo Tribunal do Júri, além da conclusão do incidente de insanidade mental.
Os advogados da ré também pediram novas investigações, com base nos depoimentos que indicaram dúvida sobre a participação de apenas uma pessoa no crime.
Sobre o caso
Paula Janaina Ferreira Melo, 25, foi assassinada no bairro Mario Quintana, na zona norte de Porto Alegre, no dia 14 de outubro. A suspeita é que Joseane, que morava no mesmo bairro, teria atraído a vítima até a residência onde foi morta. O objetivo seria o roubo do bebê de Paula, que foi retirado do seu ventre.
Na noite de 15 de outubro, Joseane foi presa em flagrante em um hospital de Porto Alegre. Ela e o bebê foram levados até o local pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) acionada para prestar socorro após a mulher simular um parto.
No hospital, os médicos efetuaram exames e constataram que ela não poderia ter dado à luz àquela criança e acionaram a polícia. O bebê não tinha nenhum sinal de violência externa, mas não sobreviveu. Joseane optou por permanecer em silêncio na delegacia.