
A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte da estudante da USP Bruna Oliveira da Silva, 28 anos, na zona leste da capital paulista, na última semana.
O homem suspeito de assassinar foi identificado como Esteliano José Madureira. Ele foi encontrado morto na noite de quarta-feira (23), com sinais de tortura e tiro na nuca.
Veja abaixo o que já se sabe sobre o caso
Quando Bruna desapareceu?
Segundo a mãe da jovem, Simone da Silva, Bruna voltava da casa do namorado, no Butantã, na zona oeste da capital paulista, no momento em que desapareceu, na noite de 13 de abril.
Ela chegou a ligar para a mãe dizendo que havia perdido o ônibus e estava com pouca bateria. Por isso, pretendia pedir um carro por aplicativo para voltar para casa, onde morava com o pai e o filho de sete anos.
Após o último contato, por volta das 22h20min, não houve mais atualizações no celular da estudante.
Quando o corpo foi encontrado?
O corpo da jovem foi encontrado no último dia 17, quatro dias após o sumiço, em um estacionamento próximo da estação onde ela desapareceu, com marcas de agressão e queimaduras.
Bruna estava seminua e apresentava ferimentos, além de sinais de queimaduras. Um sutiã e um saco plástico foram recolhidos pelos peritos.
As hipóteses para a morte incluem agressão física, queimaduras e asfixia, mas somente o laudo final do Instituto Médico Legal (IML) poderá confirmar como ela morreu.
Como a polícia chegou no suspeito?
Imagens de câmeras de segurança mostraram Esteliano José Madureira seguindo a jovem momentos antes de ela desaparecer em 13 de abril. Ela havia deixado a estação Corinthians-Itaquera do metrô, a caminho de casa.
Durante cumprimento de mandado de busca, calcinhas foram encontradas na casa em que o suspeito morava. A polícia investiga se as peças pertenciam à Bruna.
Segundo a investigação, o suspeito seria morador da região, mas não conhecia a vítima. Um mandado de prisão preventiva foi expedido pela Justiça na quarta-feira.
O que aconteceu com o suspeito?
Esteliano foi encontrado morto durante a noite de quarta-feira.O corpo estava em um trecho da Avenida Morumbi, na zona sul de São Paulo.
A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte e trata o caso inicialmente como homicídio.
Quem era Bruna Oliveira da Silva?
Formada em História pela Universidade de São Paulo (USP), Bruna havia concluído o mestrado na área de História Social em 2020.
Neste ano, ela foi aprovada em um novo programa de pós-graduação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), também da USP, com foco em mudança social e participação política.
A mãe da estudante, Simone da Silva, afirmou que Bruna era engajada na luta feminista e estudava temas justamente ligados à violência contra a mulher.
— Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Ela era muito contra a violência contra a mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E aí pergunto: "por que não fui eu?". A dor seria bem menor — afirmou Simone à TV Globo
Já o pai da estudante, Florisvaldo Araújo de Oliveira, lembrou com carinho da filha única:
— A Bruna era meu mundo, minha vida. Sempre me dava conselhos, me pedia juízo. Para mim, ela nunca vai morrer. Onde eu estiver, ela vai estar do meu lado, porque ela era meu anjo da guarda. Aonde eu ia, ela falava: juízo, não vai arrumar confusão.