O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) posicionou-se pelo arquivamento do inquérito policial que tratou da apuração do caso da atriz e modelo Maidê Mahl. A gaúcha de Venâncio Aires foi encontrada com ferimentos em um quarto de hotel na capital paulista em 5 de setembro.
Apesar de diversas diligências, oitiva de testemunhas e investigações periciais sobre imagens de câmeras da cidade e do hotel, conteúdo de telefones, objetos e locais, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil não conseguiu apontar, no inquérito, o que ocorreu à Maidê.
O trabalho policial foi encerrado no final de novembro e a análise do MPSP foi realizada pela 6ª Promotoria Criminal, unidade do Ministério Público estadual com sede na cidade de São Paulo.
Por nota, o MPSP apontou que "se manifestou pelo arquivamento do inquérito policial". A promotoria não detalhou os argumentos da decisão.
Consultado, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) confirmou o recebimento do parecer e informou que o procedimento foi colocado sob segredo de justiça, o que significa que o TJSP divulgará decisão acerca do tema, porém sem abrir o conteúdo das investigações e de sua análise.
O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), onde Maidê esteve hospitalizada desde o resgate em 5 de setembro, deixou de emitir boletins para atualização do quadro clínico por pedido da família.
Relembre o caso
Maidê mora e trabalha em São Paulo desde 2017. Mantém carreira como atriz e modelo. De acordo com a investigação policial, saiu de seu apartamento, situado no bairro Moema, por volta das 16h do dia 2 de setembro. Entrou em um mercado e comprou três caixinhas de água de coco. Pagou em dinheiro.
Dali, chamou transporte por aplicativo e dirigiu-se a um tabelionato no bairro da Liberdade. Contratou o reconhecimento de sua assinatura em um documento, cujo teor ainda é desconhecido, e rumou ao hotel, novamente em deslocamento por aplicativo, por volta de 16h40min.
O check-in no hotel ocorreu por volta de 17h30min. Maidê entrou no quarto e não interagiu com ninguém, nem mesmo para pedir serviços de alimentação, higienização ou arrumação do dormitório.
Estranhando a ausência, amigos comunicaram o desaparecimento à polícia. Os investigadores rastrearam os deslocamentos por meio de registros da companhia de transporte e por checagem de imagens de câmeras públicas e privadas.
Maidê foi achada caída, com o corpo inerte, parcialmente escorado contra a porta do quarto onde estava hospedada. Conforme a polícia, não havia indicativo de violência, nem uso de substâncias tóxicas, além de uma medicação para a qual havia prescrição médica. A atriz teria consumido apenas a água de coco que levou consigo.
O trabalho da Polícia Civil e da Polícia Científica, a partir da localização de Maidê, foi discreto. Autoridades evitaram divulgar dados relacionados à apuração. O inquérito, aberto em 13 de setembro, que investigou o suposto crime de lesão corporal, reuniu depoimentos e perícias, remetidos com o relatório da Polícia Civil ao Ministério Público e ao Poder Judiciário do Estado de São Paulo.
O MPSP analisou o trabalho policial e manifestou-se pelo arquivamento do inquérito. Este posicionamento será analisado pela Justiça.