Enquanto lidam com o luto, familiares de Débora Soares Carvalho, 38 anos, e Rodrigo Motta, 39, tentam entender o que motivou o assassinato do casal, ocorrido na noite da última sexta-feira (2) na zona sul de Porto Alegre. As vítimas voltavam do mercado, por volta das 19h, quando foram baleadas. Sacolas com compras ficaram espalhadas ao redor dos corpos.
Avisados por vizinhos, os parentes correram até a Rua Capitão Padilha, no bairro Glória, onde encontraram o casal já sem vida. Uma dessas familiares é Tatiane Soares, irmã caçula de Débora, que agora está cuidando dos sobrinhos órfãos, de 10 e 13 anos, frutos de um casamento de mais de duas décadas.
Tatiane deparou com a cena traumática acompanhada dos pais, o que tornou o luto ainda mais difícil, segundo conta. Agora, ela e os pais têm se ocupado com a papelada para obter a guarda permanente dos órfãos. De acordo com Tatiane, o Conselho Tutelar deverá encaminhar os sobrinhos para atendimento psicológico.
Tatiane descreve a irmã como uma pessoa “doce e reservada”, e que “vivia para trabalhar”.
– Trabalhava muito para dar uma vida boa para os filhos. Fora isso, gostava de ficar em casa e não era de beber nem de fumar. Era uma pessoa tranquila – conta.
Segundo ela, o cunhado fazia um curso técnico em edificações.
Descrença quanto a latrocínio
De acordo com o 19º Batalhão da Brigada Militar (BPM), que atendeu a ocorrência, inicialmente foi cogitada a hipótese de tratar-se de um caso de latrocínio (roubo com morte), mas a confirmação depende do andamento das investigações.
Tatiane Soares relata que um celular e um cartão foram levados das vítimas. Mesmo assim, a irmã de Débora não acredita que o assassinato tenha sido obra de assaltantes.
– Foi muito violento e muito rápido. Quando é assalto, os bandidos atiram uma vez e deu. Ali, foram vários tiros. Não achamos que isso seja comum em latrocínios – afirma Tatiane.
A apuração está a cargo da 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, que informou, na segunda-feira (5), que as circunstâncias e autoria do crime ainda eram desconhecidas.
A reportagem voltou a procurar a Polícia Civil nesta terça-feira (6) para obter informações sobre o andamento do caso, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Produção: Camila Mendes