Naion Curcino
Iniciou às 10h desta terça-feira (5), no Salão do Júri do Fórum de Santa Maria, o julgamento dos dois acusados de matar a mulher trans Nemer da Silva Rodrigues, conhecida como Mana. Ela foi assassinada com 13 facadas no dia 7 de setembro de 2019, atrás do Ginásio do Oreco, no bairro Tancredo Neves. Airton Gabriel Santos Ritz do Nascimento e Kévin Gabriel Cardoso Vidal, ambos com 18 anos à época, foram presos pelo crime uma semana depois. Eles são acusados por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e por não ter dado chances de defesa à vítima.
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), o assassinato ocorreu por volta das 22h daquele dia 7 de setembro. Segundo a apuração, Mana teria discutido com os dois jovens por conta de um capacete de motocicleta que ela emprestou a Airton e não recebeu de volta.
Depois da devolução, a dupla convidou Mana para caminhar, inclusive mencionando que "ela iria dar uma volta que nunca mais vai esquecer". Como ela tinha relação próxima com os dois, aceitou o convite. Foi nas imediações do Oreco que a transexual foi atingida por pelo menos 13 golpes de faca no tórax. O capacete foi deixado ao lado do corpo.
O indiciamento pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, seguido pelo MP com a denúncia e aceito pelo juiz, foi de que os dois agiram por motivo fútil, por não terem gostado da simples cobrança pela devolução do capacete. E ainda por não ter dado chances de defesa à vítima, já que se aproveitaram da relação de proximidade que tinham com ela.
O advogado de Nascimento, William Lima, sustenta que seu cliente agiu em legítima defesa:
— Ele alega que agiu em legítima defesa e hoje tentaremos demonstrar através dos indícios constantes no processo a veracidade da sua tese — afirma.
Vidal tem sua defesa feita pela Defensoria Pública do Estado. A previsão é que o julgamento se estenda até o final da tarde.
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