
A atriz Helena Ranaldi foi a entrevistada do Timeline desta quinta-feira (9), e falou sobre submissão feminina. Ela está em cartaz em “A Fantástica Casa de Bonecas”, onde retrata uma mulher que desiste de viver nos padrões da sociedade e passa a morar em um pequeno ambiente de brinquedos. Em palco, a atriz contracena com anões, precisando assim, obrigatoriamente, rastejar para falar com eles. A analogia representa o machismo ainda hoje existente, onde os homens se sentem superiores às mulheres.
“Se a mulher deixa de ser jovem e bonita, ela perde seu valor. Mesmo com tudo que já se conquistou – inclusive com a eleição de uma presidente da República – ainda hoje a mulher é colocada como objeto. Ela perde o seu valor com avanço da idade e perda da beleza”.
O debate não é novo para a atriz, que interpretou, na novela “Mulheres Apaixonadas”, uma esposa que era agredida pelo marido. Veiculada em 2003 pela Rede Globo, ela era Raquel, que dividia cenas pesadas de violência com Dan Stulbach, intérprete do ciumento e possessivo Marcos. Ao Timeline de 6 de março, o ator ressaltou a importância que o casal teve para criação de políticas públicas em defesa das vítimas de violência doméstica: “Após essa novela foi feita uma lei de proteção à mulher, que deixavam as coisas um pouco menos injustas, com punição aos homens violentos. A lei partiu do sucesso e repercussão da novela”.
Helena Ranaldi também falou da personagem Raquel, e disse que, ao contrário do que muitos imaginam, a violência dentro de casa não escolhe classe social. Ela também exaltou “Mulheres Apaixonadas”, que trouxe um debate antes velado na sociedade.
“Colocamos isso pela primeira vez na TV e teve grande repercussão com as mulheres, que começaram a expor a violência. A maioria delas não tem coragem de denunciar seus maridos. Acabam vivendo essa situação por um período muito longo, até que chega a uma situação limite. Mulher que sofre violência doméstica tem que, já em um primeiro momento, cortar e acabar com essa relação”, defendeu.