Problemas de visão são causados por doenças oculares decorrentes de diversos fatores, como o genético e a idade. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, cerca de 285 milhões de pessoas no mundo estavam com a visão prejudicada – sendo que entre 60% a 80% dos casos poderiam ser evitados e tratados.
Entre as doenças mais comuns, estão os erros de refração, que incluem miopia, hipermetropia e astigmatismo, a presbiopia, a catarata, a degeneração macular relacionada à idade e o glaucoma.
Erros de refração
São alterações do grau de visão que estão relacionados ao tamanho ou ao formato do olho. Se dividem em três diferentes problemas: miopia, hipermetropia e astigmatismo.
Miopia e hipermetropia: estão associadas ao tamanho do olho e, geralmente, são decorrentes de fatores genéticos. Em geral, quando o olho é muito comprido ocorre a miopia, que traz uma dificuldade para enxergar de longe. Já o olho curto demais resulta na hipermetropia, que causa mais problemas para enxergar de perto. O grau de ambas pode mudar pelo crescimento do olho até os 25 anos, mas depois se estabiliza. Podem ser resolvidas com o uso de óculos, lentes de contato ou cirurgia retrativa.
Astigmatismo: é causado por uma alteração no formato da córnea – quanto menos simétrica ela for, mais astigmatismo a pessoa vai ter, representado por graus com eixo. Faz com que o paciente enxergue de forma borrada e distorcida, tanto de longe quanto de perto. Além disso, uma pessoa pode ter hipermetropia ou miopia juntamente com o astigmatismo. É um problema estável ao longo da vida, que pode ser solucionado com o uso de óculos ou lentes de contato.
Presbiopia
Trata-se de um problema no ajuste do foco da visão para perto e está relacionado ao envelhecimento. A partir dos 40 anos, os olhos começam a perder a capacidade natural de acomodação (capacidade do cristalino de regular o foco automático da visão), o que dificulta a leitura, por exemplo. É um problema progressivo e inevitável, que também depende do uso de óculos com graus diferentes para perto.
Degeneração macular
Afeta a retina, causando mancha na visão central. Geralmente, está ligada a fatores genéticos, mas também pode se manifestar em fumantes ou pessoas com muita exposição à radiação ultravioleta. Não há cura nem forma de recuperar o que foi perdido da visão, mas um complexo vitamínico pode prevenir a progressão e retardar o avanço. Quando o paciente tem sintomas, é porque a doença já está avançada - consulte regularmente um oftalmologista.
Catarata
É a perda de transparência do cristalino decorrente da idade – normalmente, começa após os 60 anos. De acordo com o avanço da doença, a pupila do olho pode ficar escura ou branca, deixando a visão turva. Em casos extremos, leva à cegueira, que pode ser revertida via cirurgia (troca-se o cristalino por uma lente artificial).
Glaucoma
Doença do nervo óptico causada por aumento da pressão intraocular (não tem relação com a pressão arterial), que desgasta o nervo. A pessoa começa a perder a visão periférica de forma silenciosa. Decorre de fatores genéticos - se existir histórico familiar, monitore a pressão em consultas regulares, principalmente a partir dos 40 anos. Não há prevenção ou modo de recuperar a visão perdida e, se não for tratada, pode levar à cegueira. O tratamento é com colírios de uso contínuo. Em casos graves, faz-se cirurgia.
Produção: Jhully Costa
Fontes: Alexandre Marcon, chefe do serviço de oftalmologia da Santa Casa de Porto Alegre, e Fausto Stangler, oftalmologista e diretor técnico do Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre.