
A medicina já usa impressão 3D em próteses customizadas e em análises prévias ou posteriores de cirurgias. Os avanços na reprodução de órgãos permitem sonhar com o fim da fila para transplantes. Confira exemplos do emprego da tecnologia:
Rosto e cabeça reconstruídos
Após sofrer um acidente de moto e fraturar ossos da face, mandíbula superior, nariz e crânio, o britânico Stephen Poder, 29 anos, ficou com o rosto desfigurado – mesmo após quatro meses de internação e algumas cirurgias.
Um ano e meio depois do acidente, em 2014, por meio de impressão 3D feita com base em radiografias, os médicos conseguiram produzir implantes que restauraram a simetria do rosto de Poder.
— São muito melhores do que qualquer coisa que fizemos antes. Nos permitem ser muito mais precisos — disse o cirurgião Adrian Sugar.
Em um dos casos mais rumorosos do uso de impressão pela medicina, o chinês Hu, de 46 anos, teve uma malha de titânio fabricada em 3D colocada junto aos ossos de seu crânio. Hu havia caído de uma altura de três andares e perdido parte dos ossos da cabeça.
Reprodução de dentes
Dentistas já têm à disposição equipamentos que escaneiam toda arcada dentária do paciente (sem necessidade da incômoda pasta), reproduzem em um sistema computadorizado e a imprimem em 3D. Em poucos minutos, o especialista tem em mãos a reprodução dos dentes, na qual verifica onde precisará atuar. Em outra máquina, de usinagem, produz em cerâmica o dente ou a restauração. Testa o novo dente na arcada em resina e, se estiver tudo certo, leva ao paciente.
A traqueia de um bebê
Em março de 2014, Garret Peterson, um bebê de 16 meses, teve implantada uma peça de plástico feita por uma impressora 3D – ele sofria de uma doença que deixa a traqueia flácida e dificulta a respiração.
Um minicoração

Cientistas da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, apresentaram em abril um coração vivo, de cerca de três centímetros, feito a partir de tecido humano com uma impressora 3D. Apesar de muito básico – o órgão pode se contrair, mas não bombeia sangue nem faz qualquer função de um coração de verdade –, a experiência abre portas para possíveis transplantes futuros.
Transplante de ouvido médio
No início do ano, a médica sul-africana Gwen Ramokgopa fez o primeiro transplante de ouvido médio – a parte interna do tímpano, que compreende os ossos martelo, bigorna e estribo – com próteses feitas de titânio e impressos em 3D. O paciente, que havia perdido a audição após quebrar os ossos em um acidente de carro, voltou a ouvir após a cirurgia _ que, segundo o governo da África do Sul, pode ser feito em qualquer ser humano, inclusive bebês.
Braços e pernas para crianças
O projeto Mao3D, da Unifesp, ajuda principalmente crianças vítimas de malformação ou amputação de braços e pernas. O mais bacana de tudo: além de customizados, os membros impressos ganham temas infantis ou de super-heróis. Mais do que ganhar um braço, é possível ganhar um braço do Homem de Ferro, por exemplo.
Órteses mais maleáveis

Pesquisas como a da terapeuta ocupacional Kelin Luana Casagranda, da UFRGS, usam a tecnologia para criar alternativas ao tradicional gesso: mais maleáveis, com possibilidade de contato com a água, com mecânica personalizada e mais bonitas do que a alternativa mais clássica, são um benefício para os pacientes.
Remédios impressos
Não só para o corpo humano serve a impressão 3D: já são desenvolvidos estudos que usam a tecnologia para criar pílulas com tempo de diluição personalizado, em dosagens customizadas e mesmo em tamanhos de comprimido adaptáveis para cada paciente.


