A eterna disponibilidade sexual pretendida pelos homens foi enfraquecida pela liberação sexual feminina, pois tornou-se impossível atender a demanda de várias mulheres. Se, no passado, era possível brincar de acreditar que o homem podia ser uma "máquina sexual", sempre pronto para o sexo, hoje isso não é mais factível.
Alguns casais, embora possuam menor frequência sexual do que a média nacional, estão muito felizes, pois cada par possui o seu ritmo. O que acontece numa situação conjugal, quando o homem começa a dizer "não" ao sexo repetidamente, seja por deixar de criar oportunidades sexuais ou recusá-las? Isso contraria todas as expectativas culturais, principalmente quando houve vida sexual saudável anteriormente.
Nessa situação, a mulher passa a questionar a sua aparência física, seu poder de atração, como também a existência de uma amante. O homem sente-se inferiorizado em relação aos demais e culpado por não oportunizar boa sexualidade a ela.
A diminuição do interesse sexual nos homens pode acontecer principalmente por consequência de outro problema sexual não resolvido, crises econômicas ou profissionais, foco exclusivo no trabalho, luto, preocupação excessiva com alguma pessoa querida que esteja vivendo um momento difícil ou efeito colateral de algum remédio. Outros fatores a serem considerados são conflitos conjugais, depressão, baixo nível de testosterona, dissociação entre sexo e amor, onde a cristalização do amor impossibilita o apetite sexual dentro do casal, que existirá fora da relação ou então quando a imagem da mulher erótica foi substituída por outra assexuada.
O problema sexual pode ser um pesadelo para os dois, contudo, o maior sofrimento é do homem, que coloca em dúvida a sua virilidade. Infelizmente, a mulher volta a indagar-se cada vez que mais uma amiga reclama que o parceiro é "tarado". É comum prestarmos atenção, dentro do discurso dos outros, naquilo que nos faz falta, no que não temos.
O que piora a situação? A negação do problema sexual por parte do homem, o que impossibilita procurar ajuda especializada, e a insistência da mulher em transar ou em "discutir a relação". Lembre-se: ninguém escolhe sofrer de desejo sexual diminuído.
Há alguns anos essa queixa deixou de pertencer somente ao universo feminino, hoje atinge também os homens.
As lembranças positivas do passado sexual e a vida afetiva são o alicerce para enfrentar quaisquer dificuldades sexuais. É importante entender que difícil mesmo é encontrar alguém especial para compartilhar a vida. Quanto ao retorno do apetite sexual, os sexólogos podem ajudar.