"Quem guarda o que não presta, tem o que não precisa". O popular ditado não funciona com quem tem dificuldade de fazer algo que é corriqueiro para a maioria das pessoas: se livrar de objetos, roupas, papéis, revistas, jornais, discos, livros e outros pertences, mesmo que eles não tenham utilidade alguma, estejam fora de moda, estragados ou obsoletos. Os chamados acumuladores compulsivos já foram tema de um famoso documentário no canal Discovery Home&Health e impressionaram quem conheceu um dos casos mais severos de acumulação extrema (também chamada de hoarding, em inglês): em março de 1947, a polícia de Nova York foi chamada para investigar a descoberta de um cadáver em um edifício de três andares no Harlem. O lugar pertencia a dois irmãos idosos, Langley e Homer Collyer. Montanhas de lixo chegavam até o teto, incluindo 14 pianos, um automóvel Ford modelo T e até restos de um feto. Dentro de um sistema de túneis que usavam para andar entre os dejetos, jaziam os corpos sem vida dos idosos: um foi esmagado pelo lixo, e o outro morreu de inanição.