
A Academia Sueca anunciou nesta segunda-feira (6) que os americanos Mary E. Brunkow e Fred Ramsdell e o japonês Shimon Sakaguchi receberam o Prêmio Nobel de Medicina 2025. Eles foram reconhecidos por suas descobertas sobre como o corpo controla o sistema imunológico, a chamada tolerância imunológica periférica.
A pesquisa dos laureados identificou os "guardiões" do sistema imunológico, as células T reguladoras, que impedem que as células imunológicas ataquem o nosso próprio corpo.
— Suas descobertas trouxeram um novo campo de investigação e impulsionam o desenvolvimento de novos tratamentos, por exemplo, para o câncer e as doenças autoimunes — explicou o secretário-geral Thomas Perlmann.
Os laureados recebem um prêmio de 11 milhões de coroas (R$ 6,2 milhões), que será divido igualmente entre os três. A cerimônia de entrega dos prêmios está marcada para 10 de dezembro, como ocorre todos os anos, aniversário da morte do químico sueco Alfred Nobel (1833-1896), criador da premiação.
As pesquisas
Em meados dos anos 1990, Sakaguchi, da Universidade de Quioto, descobriu uma classe de células além do sistema central, o que explica como o corpo se protege de doenças autoimunes.
Mary Brunkow e Fred Ramsdell — das universidades de Princeton e da Califórnia, respectivamente — fizeram outra descoberta crucial em 2001, quando apresentaram a explicação para a vulnerabilidade particular de uma linhagem específica de camundongos a doenças autoimunes. Eles descobriram que os camundongos tinham uma mutação em um gene que nomearam Foxp3. Os pesquisadores também mostraram que mutações no equivalente humano deste gene causam uma doença autoimune grave, a IPEX.
Dois anos depois, Sakaguchi conectou as descobertas científicas ao provar que o gene Foxp3 controla o desenvolvimento das células que ele havia identificado em 1995. Essas células — hoje chamadas de células T reguladoras — monitoram outras células imunes e garantem que o sistema imunológico não ataque os próprios tecidos do corpo.
Avanços possíveis a partir das pesquisas
- Evitar que as células T formem uma parede de proteção em tumores, o que prejudica o tratamento contra certos tipos de câncer
- Promover a formação de mais células T, o que é útil no tratamento de doenças autoimunes
- Atuar para que as células T não atuem na rejeição de um órgão transplantado, como um rim ou fígado
Próximos anúncios do Nobel
- 7/10: Física
- 8/10: Química
- 9/10: Literatura
- 10/10: Paz
- 13/10: Economia

