
Cirurgiões cardiovasculares, cardiologistas e ecocardiografistas lançam nesta segunda-feira (13) a campanha "Ouça Seu Coração", de conscientização sobre doenças nas quatro válvulas cardíacas, que podem ser fatais. O foco da ação é na prevenção e no diagnóstico precoce em pessoas acima dos 60 anos.
A iniciativa, promovida pela Clínica Saadi em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, busca alertar a população para sintomas muitas vezes subestimados, como falta de ar, dor no peito, cansaço e inchaço nas pernas, que podem indicar comprometimento valvar.
Segundo o cirurgião cardiovascular e coordenador da campanha, Eduardo Keller Saadi, a ocorrência desses problemas tem aumentado nos últimos anos. O especialista atribui essa maior incidência ao crescimento da expectativa de vida no Brasil, já que a idade é um fator de risco, entre outros:
— Os cardiologistas estão fazendo mais diagnósticos. Além disso, aqueles pacientes a quem antes eram negados quaisquer tipos de tratamentos cirúrgicos com 80, 85 anos de idade, que têm uma boa qualidade de vida e que nem chegavam até nós, agora estão chegando. Então é o aumento da longevidade, mais diagnósticos e mais acesso às consultas e aos tratamentos.
O que são as doenças valvares?
O coração tem quatro válvulas que funcionam como “portas” que controlam o fluxo de sangue entre as câmaras do coração e para o restante do corpo. As mais afetadas por problemas são a válvula aórtica, que fica na saída do coração para a maior artéria do corpo; a válvula mitral, que regula a passagem de sangue entre duas partes do lado esquerdo do coração; e a válvula tricúspide, que faz esse papel do lado direito.
Quando essas válvulas começam a falhar, o sangue não circula direito e o coração precisa fazer mais esforço. Essas condições podem causar falta de ar, cansaço e outros sintomas que muitas vezes são confundidos com sinais normais da idade, explica Saadi, que também é o presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular para o biênio 2026/2027.
— Essas doenças são bem mais frequente nos pacientes idosos. Mas também pode acometer pacientes mais jovens que têm a válvula óptica com dois folhetos ao invés de três, como é o normal. Essas pessoas têm uma chance bem maior de desenvolver essa estenose da válvula óptica em uma idade mais jovem — acrescenta o especialista.
Prevenção
Para evitar alguma dessas condições, o recomendável é evitar o sedentarismo, a diabetes, pressão e colesterol altos. Além de manter hábitos saudáveis, Saadi aconselha que os pacientes façam exames com frequência para garantir maior probabilidade de um diagnóstico precoce.
— Tem outras campanhas que costumamos fazer, por exemplo, para prevenir acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e infartos. É muito difícil conseguirmos detectar alguma coisa precoce para prevenir AVC. Infarto também, já que precisa de exames mais sofisticados. Agora, o problema das válvulas, é mais fácil: um simples estetoscópio colocado por um médico com experiência já pode ajudar. O médico ouve um sopro, identifica que pode haver um problema com a válvula, faz um ecocardiograma e consegue diagnosticar qualquer uma dessas doenças — garante.
A campanha de conscientização, que vai contar com peças informativas nas redes sociais, também reforça que os pacientes diagnosticados contam com diferentes opções de tratamento, como cirurgias minimamente invasivas, cirurgias robóticas e procedimentos sem cortes.





