
Parte do conteúdo de uma garrafa de bebida alcoólica que pode ter contaminado um homem de 38 anos com metanol, em Porto Alegre, foi coletada pela Vigilância Sanitária do município e será analisada no começo da semana para tentar confirmar a presença da substância tóxica.
Três amostras de sangue do morador da Capital também foram coletadas para analisar a eventual presença do produto associado a pelo menos duas mortes confirmadas até a manhã deste domingo (5), em São Paulo, e a 195 notificações de intoxicação em todo o Brasil — uma delas no Rio Grande do Sul.
Conforme informações da Secretaria Municipal da Saúde, o homem internado no Hospital de Pronto Socorro (HPS) já recebeu alta.
A partir de agora, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, a investigação seguirá dois caminhos: parte do conteúdo de uma garrafa de cachaça adquirida em um estabelecimento comercial da Capital será encaminhada na segunda-feira para análise no Instituto-Geral de Perícias (IGP). Caso seja confirmada a contaminação, a bebida será rastreada para que, pelo menos, o lote afetado seja retirado imediatamente de circulação.
Informações preliminares indicam que a bebida seria proveniente de São Paulo — epicentro da atual crise sanitária nacional, onde estão concentrados 162 registros. Nesse caso, também seria preciso investigar em que momento teria ocorrido a adulteração — no processo de fabricação, por uma eventual distribuidora ou no ponto de venda, por exemplo.
Além disso, as amostras de sangue deverão ser examinadas para também tentar identificar a presença do metanol. Como o Estado ainda não tem condições de realizar o teste em material humano, deverá ser buscada uma instituição parceira para fazer esse procedimento. Uma das possibilidades é de que as provas sejam remetidas para Santa Catarina no começo da semana.
Se for constatada a presença do metanol no sangue, a intenção é medir qual a dosagem que chegou ao organismo do morador da Capital. Como ele se recuperou rapidamente, acredita-se que, caso tenha de fato ingerido a substância, tenha sido em uma quantidade pequena.
Conforme a SES, o homem teria adquirido a bebida e a levado para casa para utilizá-la na produção de drinques. Teria começado a passar mal depois disso.
O Ministério da Saúde chegou a informar que havia dois casos sob suspeita no Rio Grande do Sul — um segundo episódio teria sido reportado em Santa Maria. Porém, conforme o governo estadual, essa segunda ocorrência já foi descartada. É referente a um idoso que passou mal após beber vinho, mas sem relação com metanol.
O governo federal comunicou, no sábado (4), que o Brasil registrava até então 195 notificações de intoxicação por metanol após a ingestão de bebida alcoólica. Desse total, havia 14 casos confirmados e 181 em investigação. São Paulo liderava com 162 registros, sendo 14 confirmados e 148 em investigação.


