
Os postos de saúde de Porto Alegre registraram movimento acima do esperado durante as primeiras horas do dia D da vacinação contra a gripe. Todas as 134 unidades abriram às 9h e permanecerão até as 18h oferecendo a aplicação para todos os públicos, a partir dos seis meses de idade. Os ônibus de Porto Alegre têm passe livre neste sábado.
A reportagem visitou três postos na manhã deste sábado (24). Todos registraram boa adesão. A prefeitura avalia como muito positivo o primeiro turno da ação.
Na unidade de saúde Jardim Itú, na zona norte, havia movimento por volta das 10h30. Em uma hora e meia de funcionamento, cerca de 100 atendimentos haviam sido feitos, com uma espera de cerca de 30 minutos.
— Para nossa felicidade, está acima do esperado. Em relação ao ano passado, a gente nota que o movimento mais acentuado começava por volta de umas 11h e vai aumentando ao longo do dia. Hoje, às 8h30 da manhã já tinha pacientes aguardando a vacinação — celebra a assistente de coordenação da unidade, Elisangela da Silva Alves.
O oficial de justiça Leonardo Boesing levou seu filho, Liam, de um ano e dois meses, para se vacinar pela primeira vez.

— A gente estava procurando já faz um tempo a vacina pra ele e não encontrava. Aí veio o dia D, e a gente resolveu vir, aproveitar — conta. A unidade estava decorada com balões e teve a presença do Zé Gotinha, símbolo da campanha de imunização.
No posto IAPI, um dos maiores da cidade, o movimento era alto no final da manhã. Praticamente todas as cadeiras na sala de espera estavam ocupadas. Conforme a direção do posto, até às 11h foram feitos mais de 300 atendimentos, um número considerado alto para a unidade que costuma receber cerca de mil pacientes por dia.

Já no centro de saúde Modelo, no bairro Santana, a fila para entrar cruzava a esquina por volta das 11h30min. Apesar disso, a espera não passava de 20 minutos. Por se tratar da unidade mais movimentada da Capital, o movimento, com 600 atendimentos em três horas, estava dentro do esperado. A expectativa é aumentar durante a tarde. Um balanço deve ser divulgado pela prefeitura após o final da ação.
Desafio na saúde
A boa adesão representa uma esperança em meio a um cenário de crise na saúde da capital e região metropolitana, com superlotação em todas emergências.
— A vacina vai evitar que a gente tenha uma sobrecarga ainda maior. Vocês sabem que nós estamos com uma superlotação. Temos feito algumas ações para a gente poder tá despressurizando, mas a mais importante é prevenir prevenção é através da vacina — reforça o secretário da saúde Fernando Ritter.
Mesmo com a ampliação da oferta para a população em geral, para pessoas acima de seis meses, a campanha para os públicos prioritários prossegue, com expectativa de vacinar pelo menos 90% de cada um deles: crianças, gestantes e pessoas com 60 anos. A meta não é atingida há cinco anos na capital.
O desafio é grande. Segundo dados da última sexta-feira da secretaria de saúde apenas 36% do público havia sido contemplado. Embora o índice seja superior ao do mesmo período no ano passado, agravado pela enchente, é considerado baixo.
Mutirão da dengue
Paralelamente, um outro serviço importante ocorre neste sábado na Capital para combater o mosquito da dengue. Equipes das unidades de saúde Farrapos, Diretor Pestana, Fradique Vizeu e Mário Quintana estão circulando pelos bairros onde há maior foco da doença, todos eles na zona norte.
— Nós estamos batendo de casa em casa, tentando mostrar para a população os criadouros, virar potes e mostrar a importância da prevenção. A dengue tem baixado, o que chama para nós os números mostram é que agora especialmente na última semana nós saímos de 1.500 casos no dia a dia — complementa Ritter.
Até o momento, segundo o painel da Secretaria Estadual da Saúde, a Capital registra mais de 3 mil casos confirmados e onze mortes pela dengue.