
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou na última quarta-feira (22) mais duas mortes por febre do oropouche no Estado. Já são três em 2025.
As vítimas são duas mulheres, uma de 34 anos, moradora de Macaé, e outra de 23 anos, de Paraty, que apresentaram os primeiros sintomas em março. As duas foram internadas, mas não resistiram.
A transmissão ocorre pela picada do inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim, mosquito-pólvora ou polvinha. As amostras foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ), que confirmou a infecção pelo vírus oropoucheense (OROV).
Segundo a secretaria, os dois casos são considerados isolados e aconteceram há mais de dois meses. Desde então, não houve novas internações ou óbitos relacionados à doença nas cidades afetadas.
— Reforçamos a importância da vigilância contínua e das medidas preventivas adotadas pela população e pelos gestores municipais. Desde o ano passado, com a introdução do vírus no estado, nossos especialistas têm aperfeiçoado os protocolos de Vigilância Epidemiológica e aprimorado a assistência aos pacientes — destacou a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, em nota divulgada pela Agência Brasil.
O que é a febre do oropouche?
A febre do oropouche é causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O vírus foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, após ser isolado em uma bicho-preguiça na região Norte.
Desde então, surtos foram registrados principalmente na Amazônia Legal, mas casos recentes indicam uma expansão geográfica do vírus.
Transmissão: maruim é o principal vetor
O vírus é transmitido principalmente pelo inseto Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. O ciclo de transmissão pode ocorrer de duas formas:
- Ciclo silvestre: envolve a transmissão entre animais, como bichos-preguiça e primatas não humanos, e insetos vetores
- Ciclo urbano: humanos se tornam hospedeiros do vírus, sendo infectados principalmente por maruins. O mosquito Culex quinquefasciatus, comum em áreas urbanas, também pode atuar como vetor ocasional
Após picar um hospedeiro infectado, o inseto pode transmitir o vírus a outras pessoas.
Sintomas são semelhantes aos da dengue
O período de incubação varia entre quatro e oito dias. A doença geralmente se manifesta de forma súbita, com febre alta, dor de cabeça intensa, dor nas articulações, dores musculares, náuseas, vômitos e calafrios.
Em geral, os sintomas duram de cinco a sete dias. Embora a maioria dos casos seja leve, há registros de manifestações neurológicas raras.
Casos e mortes no RJ
Segundo a SES-RJ, o Rio de Janeiro acumula 1.581 casos confirmados de febre do oropouche em 2025, com três mortes. Os municípios com mais notificações são:
- Cachoeiras de Macacu: 649 casos
- Macaé: 502 casos
- Angra dos Reis: 320 casos
- Guapimirim: 168 casos
- Paraty: 131 casos